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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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37a realida<strong>de</strong>. Foi através <strong>de</strong>ssa antiga concepção que a História recebeu o estatuto <strong>de</strong> ciênciasocial porta<strong>do</strong>ra da verda<strong>de</strong> absoluta <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> humano.Hoje, sabemos que o texto literário, além <strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> e espaço <strong>de</strong> pesquisapara os historia<strong>do</strong>res, é uma forma <strong>de</strong> aprofundamento <strong>do</strong> real, pois foi escrita em um<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tempo histórico, por homens que viveram aquela realida<strong>de</strong>, sentiram as emoções<strong>de</strong> seu tempo, seja por experiência <strong>de</strong> vida ou através <strong>de</strong> relatos orais e escritos <strong>de</strong> seusantepassa<strong>do</strong>s.2.1.2 A relação literário-históricaPesavento, na obra referida anteriormente, cita as concepções <strong>de</strong> <strong>do</strong>is críticos a respeitoda História e da Literatura: Paul Veyne e Carl Shorske. As concepções <strong>de</strong>sses estudiosos sãofundamentais para o entendimento da complexa relação entre Literatura e História. Ambosseguem a mesma linha <strong>de</strong> raciocínio, pois “como referem Paul Veyne e, mais recentemente,Carl Shorske, a história não é uma ciência <strong>do</strong> tipo das exatas, ou biomédicas e há muito se<strong>de</strong>spiu <strong>do</strong> manto <strong>de</strong> rainha.” (PESAVENTO, 1998, p. 14)Essa mesma linha <strong>de</strong> pensamento segue a historia<strong>do</strong>ra Maria Pilar <strong>de</strong> Araújo Vieira(ORG.) na obra A pesquisa em história. Para ela, a História não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada umaciência exata, pois retrata os homens e seus conflitos externos e internos. Sobre isso, enfatizaque os homens sempre viveram com[...] i<strong>de</strong>ias, necessida<strong>de</strong>s, aspirações, emoções, sentimentos, razão, <strong>de</strong>sejos, comosujeitos sociais que improvisam, forjam saídas, resistin<strong>do</strong>, se submeten<strong>do</strong>, viven<strong>do</strong>enfim, numa relação contraditória, o que nos faz consi<strong>de</strong>rar essa experiência comoexperiência <strong>de</strong> luta e <strong>de</strong> luta política. Nesse senti<strong>do</strong> a luta <strong>de</strong> classe é, ao mesmotempo e na mesma medida luta <strong>de</strong> interesses e valores. (1989, p. 7)Essa autora salienta que no momento em que há uma <strong>do</strong>minação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada classesocial sobre outra, haverá, consequentemente, uma resistência a essa <strong>do</strong>minação. Essaresistência, por sua vez, não precisa ser <strong>de</strong> forma aberta e explícita, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> maneiraimplícita, por isso é extremamente importante, para a pesquisa em História, a maneira como a

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