12.07.2015 Views

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

46no texto literário há aberturas que permitem uma gama maior <strong>de</strong> interpretações por parte <strong>do</strong>leitor.Hay<strong>de</strong>n White (2001) assinala que o historia<strong>do</strong>r, ao utilizar como meio <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong>seus conhecimentos a narração escrita, vai utilizá-la para um propósito específico, já que vaiescolher os fatos e “recortá-los” segun<strong>do</strong> seus interesses narrativos. Nessa ativida<strong>de</strong> os fatoshistóricos passam <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para constituírem um plano verbal que é escrito com um propósito<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>. Devi<strong>do</strong> a isso, o autor acredita que a História é uma “história – para”, porque<strong>de</strong>stina-se a um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> público com algum objetivo.Se ambas, tanto a narrativa literária como a histórica <strong>de</strong>stinam-se a um público seleto,<strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rar o papel forma<strong>do</strong>r da narrativa em relação ao leitor. Jacques Leenhardt,afirma que: “[...] a leitura, aquela da história como aquela da ficção, é constitutiva <strong>do</strong> cidadãocomo tal.” (1998, p. 44), e para dar crédito à sua afirmação o autor utiliza Rousseau, queacredita na capacida<strong>de</strong> da Literatura em auxiliar na construção <strong>do</strong> cidadão por causa <strong>do</strong>smecanismos psicológicos que coloca em ação.Cyro Martins, sobre um ângulo psicanalítico acredita nesse po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> “construção” <strong>do</strong>homem presente na Literatura, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, entre o leitor e o escritor haja uma certa distância,que consiste em pouco envolvimento emocional, para que o leitor possa fantasiar ao ler otexto:Entre o público e o artista, em especial entre leitor e ficcionista, <strong>de</strong>ve ser mantidauma certa faixa <strong>de</strong> ambigüida<strong>de</strong> [...] para <strong>de</strong>ixar margem à fantasia <strong>do</strong> leitor. Porqueé preciso não esquecer que nos sustentamos principalmente à custa <strong>de</strong> fantasias.(1970, p.12)Esse escritor também salienta que o público é o gran<strong>de</strong> responsável em estabelecer umarelação entre o próprio escritor e sua obra, já que, ao ler, o público auxilia o escritor noentendimento <strong>de</strong> si mesmo, <strong>de</strong> sua self image 10 :10 Imagem que uma pessoa faz <strong>de</strong> si mesma num da<strong>do</strong> momento e numa <strong>de</strong>terminada situação.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!