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ALEXANDRA_versão final - UNISC Universidade de Santa Cruz do ...

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108encantada, embevecida para os argumentos e expressões <strong>de</strong> Ricar<strong>do</strong>. Essa atitu<strong>de</strong> revela aaflição e a preocupação em que se encontram as duas.Francisca revolta-se com a situação, em seu íntimo sente vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> gritar a Lobo e seuajudante “[...] excomunga<strong>do</strong>s!” (1992, p. 91), e em pensamento chama o Coronel Teo<strong>do</strong>ro eseus ajudantes <strong>de</strong> homens ruins, <strong>de</strong>sgraça<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>scara<strong>do</strong>s, porém, limita-se a suspirar, nãotem coragem sequer <strong>de</strong> esbravejar em voz alta, resigna-se e cala.A única saída que a família encontra é ir embora <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem. No <strong>final</strong> <strong>do</strong> romance,Janguta, Francisca e Rosa vão embora <strong>do</strong> campo, a pé, para a cida<strong>de</strong>, o lugar que Franciscatem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> morar porque acredita que lá morrerão ligeiro. Seu sonho <strong>de</strong> morrer ali, no lugaron<strong>de</strong> sempre morara, termina naquele instante. Parte <strong>de</strong>siludida.A diferença <strong>de</strong> Francisca e Rosa <strong>de</strong> D. Almerinda é somente o nível social, pois nafazenda, D. Almerinda tem à disposição tecnologias e conforto enquanto Rosa e Franciscanão têm essas mor<strong>do</strong>mias. Mesmo viven<strong>do</strong> com recursos diferentes, elas sofrem da mesmamaneira. São três mulheres que não falam, não participam das <strong>de</strong>cisões e vivem em seumun<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico, cuidan<strong>do</strong> da casa e <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>, sempre angustiadas e nervosas.In<strong>do</strong> para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São João Batista encontramos outro casal: Dr. Serafim e D.Alcina. Dr. Serafim é advoga<strong>do</strong>, chefe político situacionista que possui gran<strong>de</strong> prestígio juntoao governo estadual. Quan<strong>do</strong> recebe o telefonema <strong>do</strong> Coronel Teo<strong>do</strong>ro, ele preocupa-se emespalhar a notícia da invasão <strong>do</strong>s comunistas com a intenção <strong>de</strong> tirar proveito da situação paraadquirir dinheiro aos cofres <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>. Bastante exagera<strong>do</strong> e vai<strong>do</strong>so, Serafim gosta <strong>de</strong>ostentar seu po<strong>de</strong>r e costuma gabar-se <strong>de</strong> suas conquistas, a atual é Lolita, viuvinha discreta e<strong>do</strong> mesmo parti<strong>do</strong>. Exalta-se <strong>de</strong> sua habilida<strong>de</strong> em enganar a mulher todas as noites após ojantar, quan<strong>do</strong> alega que vai dar uma “voltinha cívica” (1992, p. 126)D. Alcina passa os dias a cuidar da casa, é uma mulher religiosa que <strong>de</strong>dica a maioria <strong>de</strong>seu tempo livre à Igreja. Com a visita <strong>do</strong> bispo à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São João Batista organiza em suacasa um quarto para hospedá-lo. Passa os dias limpan<strong>do</strong>, esfregan<strong>do</strong>, preparan<strong>do</strong> pratos para obispo em companhia <strong>de</strong> suas amigas carolas e nem <strong>de</strong>sconfia <strong>do</strong> relacionamento <strong>de</strong> seumari<strong>do</strong> com Lolita. É uma mulher solitária. Sua vida gira em torno da casa e <strong>do</strong>s afazeres<strong>do</strong>mésticos, <strong>do</strong> mari<strong>do</strong> e da Igreja. Ela não tem a companhia <strong>do</strong> mari<strong>do</strong> que trabalha to<strong>do</strong> o

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