Livro 03 final-EVALDO.indd - Ministério do Esporte
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cutiva <strong>do</strong> Comitê de Gestão <strong>do</strong> Governo Federal<br />
para os Jogos Rio 2007 (Sepan). “A centelha<br />
surgiu da constatação de que, se entre os princípios<br />
<strong>do</strong>s Jogos está o de deixar heranças (esportivas,<br />
econômicas, de segurança, etc.) para<br />
a cidade, por que não investir em um lega<strong>do</strong><br />
social, sobretu<strong>do</strong> numa metrópole com centenas<br />
de favelas?”, lembra Adilson.<br />
“A própria idéia de organizar um evento esportivo<br />
internacional no Brasil, um país carente<br />
de recursos para projetos fundamentais, só<br />
se justifi caria como estratégia de desenvolvimento<br />
social. Os Jogos precisavam benefi ciar<br />
a comunidade esportiva, as futuras gerações<br />
e o processo formal de geração de empregos,<br />
mas também os mora<strong>do</strong>res de áreas com vulnerabilidade<br />
social. Plantamos uma semente<br />
para considerarem, a partir de agora, a necessidade<br />
de se pensar neste tipo de lega<strong>do</strong> e de<br />
impulsionar as políticas sociais já existentes”,<br />
explica José Ribamar Pereira Filho, consultor<br />
de projetos sociais <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong>.<br />
“O Rio, sabemos, não é só Copacabana, Ipanema,<br />
Leblon ou Barra da Tijuca. Por trás das<br />
cortinas, há favelas. Essa realidade nos despertou<br />
para a discussão”, conta Adilson. A<br />
profunda desigualdade social da cidade foi<br />
a mola propulsora: “A renda média <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> Leblon, cerca de R$ 2 mil, é dez vezes<br />
superior à de quem vive na Maré. A cidade é<br />
desigual, economicamente e territorialmente.<br />
Enquanto o Leblon está repleto de teatros, a<br />
Leopoldina, com um milhão de pessoas, não<br />
tem nenhum. Na Maré não há uma agência <strong>do</strong>s<br />
Correios para 132 mil habitantes. Por isso, propomos:<br />
to<strong>do</strong> grande evento deve ter compromisso<br />
com o lega<strong>do</strong> social”, diz o historia<strong>do</strong>r<br />
Edson Diniz, <strong>do</strong> Observatório de Favelas.<br />
As intenções eram claras, ainda em 2005,<br />
quan<strong>do</strong> se começou a tratar <strong>do</strong> assunto no<br />
ME. Faltava apenas criar o conceito de lega<strong>do</strong><br />
social, para depois defi nir suas ações, o que<br />
aconteceria no momento seguinte.<br />
A abordagem <strong>do</strong> tema ganhou ainda mais força<br />
nos debates sobre segurança. A idéia de<br />
se fazer um contraponto radical ao modelo de<br />
segurança a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> na conferência internacional<br />
Eco 92 (quan<strong>do</strong> o Exército cui<strong>do</strong>u <strong>do</strong> policiamento<br />
ostensivo) deu impulso à intenção<br />
<strong>do</strong> governo federal de legar mais <strong>do</strong> que investimentos<br />
em infra-estrutura à cidade-sede,<br />
numa clara intenção de colocar em prática o<br />
discurso social <strong>do</strong> atual governo.<br />
Apoiada nas diretrizes da Segurança Cidadã,<br />
a Secretaria Nacional de Segurança Pública<br />
implantou o projeto Guias Cívicos, outro importante<br />
lega<strong>do</strong> <strong>do</strong> evento. “A inclusão social é<br />
importante para este governo e, evidentemente,<br />
marca o conjunto de suas políticas, como<br />
marcou a preparação <strong>do</strong> Pan. A ação <strong>do</strong>s ministérios<br />
<strong>do</strong> <strong>Esporte</strong>, Saúde, Turismo, Justiça,<br />
das secretarias especiais de Políticas para<br />
Mulheres e de Promoção da Igualdade Racial,<br />
principalmente, foi pautada fortemente por<br />
esta temática”, analisa o ministro <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong>,<br />
Orlan<strong>do</strong> Silva Jr.<br />
Em discurso durante formatura de uma turma<br />
de guias cívicos no Maracanã, em 11 de abril<br />
de 2007, o presidente Lula falou sobre a importância<br />
das ações: “No Brasil, milhares de<br />
jovens querem estudar e trabalhar. Esperam<br />
apenas uma oportunidade. Os projetos sociais<br />
<strong>do</strong> Pan são mais dura<strong>do</strong>uros <strong>do</strong> que os 15 dias<br />
<strong>do</strong>s Jogos. Os conhecimentos adquiri<strong>do</strong>s não<br />
acabam amanhã, são para sempre.”<br />
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