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mas não sabíamos como a população se comportaria.
Criamos linhas adicionais no transporte
público e as faixas exclusivas funcionaram.
A população se conscientizou da importância
dos Jogos e a maioria respeitou”, avalia o subsecretário
geral do CO-Rio, Mario Cilenti.
Nos casos de Sydney 2000 e Atenas 2004, o
plano de transporte teve como pilar a construção
de novas linhas de transporte de alta capacidade,
ferroviárias ou metroviárias, para acesso
aos principais locais de competição para o
público espectador. No caso do Rio, algumas
obras viárias e de transporte público (duplicação
da Auto-estrada Lagoa-Barra, Linha 4 do
metrô e Transpan), projetadas para serem implantadas
até o Pan para melhorar o acesso à
Barra da Tijuca, acabaram não ocorrendo face
a restrições orçamentárias. A linha Siqueira
Campos-Alvorada começou a funcionar em janeiro
de 2007, o que se mostrou uma decisão
acertada, já que a população teve tempo de
conhecê-la e testá-la. Aproximadamente 133
mil pessoas utilizaram este transporte durante
o Pan. Já a linha Del Castilho-Alvorada e as
linhas circulares da Barra, que transportaram
70 mil e 115 mil passageiros respectivamente,
só começaram a operar no início dos Jogos,
o que causou “certo desconhecimento de sua
existência”, segundo relatório da SMTU.
O sistema de ônibus circulares na Barra se
tornou referência para o resto da cidade du-
Terminal de ônibus
dentro da Vila:
atletas nas áreas
esportivas duas
horas antes das provas
rante os Jogos, o que comprova seu bom funcionamento,
já que a oferta de ônibus na zona
oeste sempre foi menor que na zona sul e no
centro. O apelo ao uso do transporte público
funcionou tão bem que a estação de trem do
Maracanã registrou pico de 15 mil passageiros
diários durante o Pan, contra um histórico de
mil no mesmo período em anos anteriores. A
estação Engenho de Dentro teve pico de 14 mil
diários, contra um histórico de 8 mil. No metrô,
400 mil passageiros foram transportados a
mais no sistema.
Pesquisa realizada pela Federação do Comércio
do Estado do Rio (Fecomércio) com 1.008
pessoas, em 25 e 26 de julho, comprova que
o transporte foi elogiado. Perguntados se encontraram
difi culdades de acesso aos locais
de competição, 76,04% disseram que não. Se
36,46% ainda utilizaram o carro como meio
de transporte para ir às competições, o mesmo
percentual declarou ter utilizado os ônibus
e 27,08% o metrô. Ainda mais surpreendente
é o dado de que 65,71% dos que se locomoveram
de carro não encontraram difi culdades
para estacionar, apesar de não haver
estacionamentos nas instalações esportivas.
Enquanto o transporte público recebeu nota
6,9 – atrás apenas do item “segurança” e à
frente de “limpeza” –, o trânsito teve nota 5,8.
A maior parte dos entrevistados que apontou
um destaque negativo para os Jogos (7,74%)
escolheu o trânsito.
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Foto: Bruno Carvalho / Ministério do Esporte