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O revezamento envolveu: aviões tripulantes da FAB colaboradores 20 �� aeroporto de Guarulhos 2 8 100 500 quilos de material Foto: André Mello / CO-Rio
A participação da Força Aérea Brasileira H avia consenso de que, sem o apoio de uma aeronave, seria impossível cumprir o cronograma dentro do apertado prazo disponível. Mas a locação de um equipamento de grande porte, capaz de abrigar boa parte da equipe, elevaria ainda mais os custos de uma operação que já se mostrava defi citária. Uma pesquisa de mercado mostrou que o valor do aluguel de um avião compatível com as necessidades do revezamento não sairia por menos de R$ 2 milhões. Nesse momento, foi decisiva a participação do ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., que se reuniu com o então ministro da Defesa, Waldir Pires, para avaliar a possibilidade de a Força Aérea Brasileira (FAB) fazer parte da operação. Pires encaminhou o pedido ao Estado- Maior da Aeronáutica, que respondeu favoravelmente. Nesse estágio foi importante a participação do Tenente-brigadeiro-do-ar Cleonílson Nicácio Silva, à época diretor do Departamento de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa. O Tenente-brigadeiro Nicácio fez a interlocução entre o Ministério da Defesa e a Aeronáutica, contribuindo para a celeridade nos procedimentos entre os dois órgãos governamentais. A FAB disponibilizou então um avião Hércules 130, aeronave normalmente utilizada para treinamento e deslocamento de tropas, para transportar cerca de 40 pessoas da equipe e mais de 500 quilos de material do revezamento. O Hércules, apesar das grandes dimensões, é um avião que não requer pistas muito extensas para as suas operações de pouso e decolagem. Essa característica foi determinante para a sua escolha, pois nem todos os aeroportos por onde o Hércules passou dispunham de pistas com grandes dimensões. Além do avião para a operação, a Aeronáutica também disponibilizou um Boeing 707 pertencente ao Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Aviação, baseado no Rio de Janeiro. Essa aeronave foi utilizada no transporte da delegação brasileira que acompanhou o acendimento da tocha 21 no México. Além de levar o fogo sagrado do Pan, o Boeing 707 da FAB desempenhou importantes missões militares e humanitárias. Estão na sua folha de serviços o resgate de brasileiros e familiares que em 2006 estavam no Líbano durante os confl itos entre exército israelense e grupos rebeldes daquele país. Nessa operação, mais de mil e quatrocentas pessoas foram retiradas. O avião transportou também militares brasileiros que integram a Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. Outro Boeing 707 do mesmo grupamento levou água e mantimentos para as vítimas e desabrigados da tsunâmi, as ondas gigantes provocadas por um terremoto subaquático ocorrido no Oceano Índico, que devastou inúmeros países do Sudeste Asiático, no final de 2004. Além da Aeronáutica, deve ser destacada a relevante participação de outros órgãos do governo federal, como a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) e a Polícia Federal, que atuaram de forma decisiva para agilizar os procedimentos de embarque e desembarque nos aeroportos onde o avião da equipe do revezamento pousou. A cessão da aeronave diminuiu os custos, porém ainda faltava recurso. Governo federal e Samsung entravam com R$ 4,7 milhões cada. Para a conta fechar, outro investidor teria de participar com igual valor. O CO-Rio foi ao mercado tentar captar possíveis interessados. Estatais e grandes empresas foram procuradas, e todas demonstraram interesse. Porém, o curto prazo – havia pouco mais de dois meses para o revezamento começar – inviabilizou qualquer acerto. Não haveria tempo para produzir uma campanha de marketing que justificasse o valor investido pelas empresas. CO-Rio e Sepan voltavam a debater alternativas de captação de recursos. Uma sugestão da Associação dos Secretários Municipais de Esporte e Lazer foi levada para a apreciação dos dois órgãos.
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