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Os bons ares dos Jogos
O Pan Rio 2007 recebeu em maio de 2008 um atestado inequívoco de boa conduta em termos
ambientais. Um trabalho da Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos
Tecnológicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppetec/UFRJ), o “Inventário de
emissões de gases de efeito estufa nos Jogos Pan-americanos de 2007”, mostra que os
índices de emissão de dióxido de carbono nos Jogos, estimados em 30.591,34 toneladas
equivalentes, estão entre os menores da história dos grandes eventos esportivos.
Para se ter idéia dessa efi ciência, o Pan, com um número de atletas três vezes maior,
emitiu o equivalente a um quarto (exatamente 25,28%) do total de 121 mil toneladas de
CO² gerado um ano antes pelos Jogos de Inverno de Turim, na Itália.
Os maiores emissores no Rio foram os transportes aéreos de atletas, dirigentes e jornalistas
(15 mil toneladas equivalentes de CO²); o consumo de eletricidade (8 mil toneladas);
e os deslocamentos terrestres (2,22 mil toneladas). Preparo de alimentos, tratamento de
esgoto e de resíduos sólidos, construção civil e fertilizante geraram juntos cerca de 928
toneladas. Se estes números forem somados às emissões do trabalho da imprensa chegase
às 30.591,34 toneladas.
Na avaliação do coordenador do inventário, Luciano Basto, o Pan emitiu pouco porque o
País utiliza fontes renováveis de energia, cujas emissões anulam o ciclo natural do carbono.
“O Brasil produz energia a partir da água e do bagaço de cana. Além disso, consome
muito álcool no transporte. Assim, criou uma matriz energética 45% renovável enquanto a
média mundial fi ca entre 12% a 15%”, explica ele.
Além de minimizar as emissões, o programa ambiental buscou neutralizar o máximo possível
do CO² emitido. O Projeto Corredor Verde do Pan, para refl orestar 40 hectares de
Mata Atlântica do parque da Tijuca ao da Pedra Branca, vai anular, nas três próximas décadas,
16,5 mil das 30,591 toneladas equivalentes geradas pelos Jogos. As espécies da
Mata Atlântica, atesta o levantamento, são capazes de aprisionar 412,5 toneladas de CO²
equivalente por hectare em 30 anos.
A parcela não neutralizada, de 14.091,34 toneladas, equivale às emissões das viagens
internacionais. Uma das metas do inventário é propor novas opções de compensação
para zerar o que ainda falta, como ampliar o Corredor Verde, plantar em outros corredores
verdes e matas ciliares e tratar lixo e resíduos com maior rigor. “O esporte mobiliza e
conscientiza. Aliá-lo ao meio ambiente é sempre bom para todos”, resume Basto.
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