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A infra-estrutura viária<br />

G<br />

randes eventos esportivos são<br />

uma oportunidade sem igual<br />

para a cidade-sede melhorar sua<br />

infra-estrutura urbana, principalmente<br />

viária e de transportes. Na preparação<br />

<strong>do</strong> Rio 2007, os entes governamentais, especialmente<br />

a prefeitura e o governo estadual,<br />

tentaram tirar <strong>do</strong> papel alguns de seus projetos<br />

para o setor. No entanto, poucos foram<br />

leva<strong>do</strong>s adiante, sobretu<strong>do</strong> por falta de tempo<br />

e de recursos.<br />

Consideran<strong>do</strong>-se o <strong>do</strong>ssiê de candidatura de<br />

2002, apenas <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s projetos apresenta<strong>do</strong>s<br />

tornaram-se realidade: a construção <strong>do</strong> Anel<br />

Viário Pedro Ernesto, essencial para a realização<br />

<strong>do</strong>s Jogos porque compreendia melhorias<br />

profundas na circulação de veículos na Barra<br />

da Tijuca, região que concentrou a maioria das<br />

disputas e a Vila Pan; e a modernização <strong>do</strong> sistema<br />

de trens metropolitanos, conduzida pelo<br />

governo estadual.<br />

A expansão da rede metroviária, listada no<br />

<strong>do</strong>ssiê, com a criação de duas novas linhas,<br />

não foi concretizada. Para tirar <strong>do</strong> papel<br />

um plano da prefeitura batiza<strong>do</strong> de Mobilidade<br />

Urbana, na verdade uma atualização<br />

da prioridade de investimentos <strong>do</strong> município<br />

na área de infra-estrutura viária para<br />

os Jogos, o prefeito César Maia pediu ao<br />

<strong>Ministério</strong> da Fazenda o aumento da capacidade<br />

de endividamento <strong>do</strong> município para fi nanciamento<br />

das obras, pedi<strong>do</strong> que não pôde ser<br />

atendi<strong>do</strong> pela instituição.<br />

O secretário executivo <strong>do</strong> Comitê de Gestão<br />

Rio 2007 lembra o processo: “Na renegociação<br />

da dívida de esta<strong>do</strong>s e municípios com<br />

o BNDES, houve um acor<strong>do</strong> de pagamento<br />

que pressupunha o não crescimento <strong>do</strong> endividamento<br />

das prefeituras, porque elas podem<br />

comprometer seus orçamentos só até um<br />

certo nível. Ocorre que o prefeito César Maia<br />

queria que o índice fosse revisto, para fazer o<br />

Projeto de Mobilidade Urbana, mas o <strong>Ministério</strong><br />

da Fazenda argumentou que, se abrisse<br />

exceção para uma cidade, teria de abrir para<br />

todas”, conta Ricar<strong>do</strong> Leyser.<br />

218<br />

Dos nove itens <strong>do</strong> Mobilidade Urbana, apenas<br />

três foram executa<strong>do</strong>s: o alargamento da Avenida<br />

Abelar<strong>do</strong> Bueno, na Barra da Tijuca, as<br />

melhorias no entorno <strong>do</strong> Estádio João Havelange,<br />

no Engenho de Dentro, e a passarela que<br />

conecta o estádio à estação de trem. Outra foi<br />

executada em parte: as melhorias na Avenida<br />

Salva<strong>do</strong>r Allende, na Barra. O alargamento da<br />

Avenida Ayrton Senna não fi cou pronto a tempo<br />

– a obra só foi iniciada com a assinatura, em<br />

14 de fevereiro, <strong>do</strong> convênio 012/2007 entre o<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong> e a prefeitura. O prefeito<br />

lembra que as melhorias não eram “parte<br />

exigida” , e sim “uma oportunidade”. “Fizemos<br />

exclusivamente o que era imprescindível para<br />

o Pan, na medida em que ainda trabalhávamos<br />

com a hipótese de ter de arcar com todas as<br />

despesas”, argumenta.<br />

Entre 2002 e 2007, o governo estadual não ampliou<br />

a linha metroviária, mas inaugurou duas<br />

estações em Copacabana. O maior investimento<br />

estadual foi na modernização <strong>do</strong> sistema<br />

ferroviário, com a compra de trens através<br />

de fi nanciamento <strong>do</strong> Banco Mundial e reforma<br />

da estação Engenho de Dentro, em convênio<br />

com a prefeitura e a Supervia, concessionária<br />

<strong>do</strong> serviço. O então secretário de Esta<strong>do</strong> de Turismo,<br />

<strong>Esporte</strong> e Lazer, Eduar<strong>do</strong> Paes, critica o<br />

<strong>do</strong>ssiê de candidatura: “É uma peça de fi cção,<br />

uma carta de intenções. Sob o ponto de vista<br />

de equipamentos esportivos, se fez mais <strong>do</strong><br />

que se propunha; sob o ponto de vista de investimento<br />

para a cidade, se fez menos”, avalia. Em<br />

pesquisa realizada pela Federação <strong>do</strong> Comércio<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro (Fecomércio)<br />

com 1.008 mora<strong>do</strong>res da região metropolitana,<br />

em julho de 2007, apenas 3,57% apontaram as<br />

melhorias na infra-estrutura da cidade como<br />

principal destaque positivo <strong>do</strong> evento.<br />

A não execução de grande parte das obras viárias<br />

e de transporte infl uenciou o planejamento<br />

que a Secretaria Municipal de Transportes<br />

(SMTR) e o CO-Rio elaboraram para o trânsito<br />

e os transportes durante os Jogos. Tal planejamento<br />

se baseou em garantir a circulação da<br />

Família Pan; facilitar o acesso <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res<br />

aos locais de competição, muitos deles em

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