Livro 03 final-EVALDO.indd - Ministério do Esporte

A capacitação dos profi ssionais
M
esmo com os animais de competição
sob monitoramento e
os riscos de contaminação por
doenças transmitidas por carrapatos
praticamente eliminados, as equipes
envolvidas na extinção de insetos de Deodoro
levaram um susto durante a realização do
39º Mundial Militar de Pentatlo Moderno, um
dos eventos-teste para o Pan. Um cavalo purosangue
inglês alugado morreu depois de ser
atacado por um enxame de abelhas: foram
mais de 600 picadas. Escondidas em um tronco
oco de árvore, as abelhas foram atiçadas
quando o cavalo bateu na árvore, enquanto era
levado das baias para a área de competição.
Imediatamente, as equipes de descarrapatização
foram acionadas. Com apoio do Exército,
o apicultor e veterinário da UFRRJ José Luiz
Pinto Gomes foi chamado para liderar as equipes
em busca de colméias escondidas. Mas
uma questão pairava no ar: como, depois de
tantas pulverizações de inseticidas, as abelhas
sobreviveram? O apicultor voltou com equipes
ao local do acidente e verifi cou que elas não
estavam lá anteriormente. “Elas se alocaram
provisoriamente na árvore e, por azar, o animal
foi amarrado ou colocado próximo ao local.
Era um animal com uma sudorese imensa e as
abelhas fi caram agitadas”, explica Fernando
Almeida, da UFRRJ.
Uma grande mobilização foi feita entre os funcionários
de Deodoro em busca de outros
focos. Não os acharam. A conclusão foi a de
que, como Deodoro é uma grande área verde,
provavelmente, durante a pulverização,
as abelhas estavam em outro local e escaparam.
Para garantir a segurança dos animais e
equipes, toda a área foi vistoriada em busca
de abelhas e outros insetos. “Quando fomos
procurar outras colméias, verifi camos que a
maior parte das abelhas encontradas não tinha
ferrão e não oferecia risco. Foi um acidente”,
acrescenta Almeida.
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As equipes de operadores das máquinas de
pulverização foram treinadas em cursos práticos.
Os selecionados para integrá-las atendiam
a alguns pré-requisitos: conhecer detalhes da
biologia dos carrapatos, os pontos críticos do
parasitismo e as técnicas de controle. Os serviços
foram executados pela Seção Veterinária
Regimental da Vila Militar de Deodoro, com 60
anos de experiência em tratamento de cavalos.
Como em todo o legado do Pan, a escolha
já tinha os olhos no futuro. Como a maioria dos
participantes do curso era do Exército, o conhecimento
adquirido passa a ser utilizado no
tratamento dos animais após os Jogos.
A administração do curso fi cou a cargo dos
professores Luiz Massard, Romário Cerqueira
e Fernando Queiroz de Almeida, com apoio de
alunos de pós-graduação da UFRRJ. A equipe
sistematizou o roteiro de aplicações carrapaticidas
entre os animais e as áreas abertas.
Quatro soldados participaram das etapas de
pulverização, utilizando máquinas motorizadas
(e não as bombeadas que se vê na rua em
campanhas contra a dengue) que facilitavam o
serviço e garantiam a segurança dos funcionários,
porque foram usadas em conjunto com
equipamentos de proteção individual.
Em outro front, fi scais federais agropecuários
participaram de uma reciclagem de conhecimentos
para lidar com os cavalos. Os fi scais
atualizaram-se em bem-estar eqüino, emergência
sanitária, inspeção clínica, ações de
quarentena, doenças exóticas e outros males
que poderiam impedir a entrada de animais de
fora no País. Também receberam instruções
sobre identifi cação de pelagens e conferência
de resenhas, técnicas e práticas de necropsia
e de colheita de amostras. A reciclagem, promovida
pela Coordenação de Trânsito e Quarentena
Animal do Ministério da Agricultura, foi
realizada no Instituto de Veterinária da UFRRJ
e no Regimento Andrade Neves, na Vila Militar.