Livro 03 final-EVALDO.indd - Ministério do Esporte

Vila Pan: o exemplo vem de casa
O
s prédios da Vila Pan-americana,
condomínio que hospedou os
atletas e delegados técnicos do
Pan e do Parapan, foram construídos
visando à redução do consumo de
energia. Uma clarabóia central permitia a
passagem da luz do sol por todos os corredores,
que também receberam janelas estrategicamente
posicionadas para permitir a circulação
de vento nos pavimentos, divididos
em “pétalas”. Com iluminação e ventilação
naturais, a medida possibilita diminuir o uso
de lâmpadas e aparelhos de ar condicionado,
contribuindo para o uso controlado de energia
e para a redução de emissão de poluentes.
Além disso, as vias de acesso para a região
da Vila receberam um tapete verde. Localizadas
nos arredores de Barra e Jacarepaguá,
que concentravam grande parte das instalações
dos Jogos, as vias ganharam uma coleção
de 1.320 plantas rasteiras diversas. Lírios,
bromélias, periquitos e bela-emílias formavam
um corredor paisagístico chamado Boulevard
do Pan, que começa na entrada da Avenida
Ayrton Senna e segue até o Autódromo. As
espécies vieram de vários cantos do mundo,
traduzindo o ideal de união entre as nações,
raiz forte dos Jogos Pan-americanos Rio 2007.
Ainda na Vila Pan-americana, foram implementados
projetos exemplares para a sociedade:
a reutilização de água da chuva e a prevenção
ao mosquito da dengue. No condomínio, clarabóias
retêm a água da chuva e a direcionam
para irrigação dos jardins externos, lavagem
de calçadas, escadas e garagens, reservas de
incêndio e para os canos de descarga dos banheiros,
entre outras utilidades.
Nas áreas externas do conjunto residencial, o
Ministério da Saúde, em parceria com o Município,
implementou medidas para controlar
vetores da dengue e evitar água parada. Já
no interior dos apartamentos, foram instalados
apenas móveis com madeira certifi cada.
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Evitar impactos, compensar emissões de
carbono com florestamento e adotar um
conjunto de medidas cotidianas alinhadas
às normas ambientais não foram os únicos
objetivos na construção da Vila Pan
no que se refere ao meio ambiente. Além
das ações temporárias, realizadas durante
a dinâmica do evento, também foram adotadas
ações de promoção de legado ambiental.
Ao lado da Vila, corre o rio Arroio
Fundo, que faz parte do sistema lagunar da
Barra da Tijuca. Para proteger os recursos
hídricos locais, os três níveis de governo
uniram forças. O governo federal, em convênio
com o Município do Rio de Janeiro,
investiu na construção de uma Unidade de
Tratamento de Rio (UTR), que foi interligada
ao emissário submarino da Barra da Tijuca
pela Companhia Estadual de Águas e
Esgotos (Cedae). A estação funcionou parcialmente
durante os Jogos.
O presidente da Cedae destacou os benefícios.
“A interligação visou beneficiar cerca
de 10 mil pessoas durante a realização
do Pan, mas pode atender até 30 mil habitantes”,
afirmou Wagner Victer. A Cedae
também fez a limpeza e o reforço estrutural
da Estação de Tratamento de Água do rio
Guandu, que abastece milhões de pessoas
no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense,
além de disponibilizar um laboratório móvel
que permitiu a análise dos reservatórios
de água em locais das provas do Rio 2007.
Na zona sul, a Lagoa Rodrigo de Freitas
passou por dragagem. O governo do Estado,
através da Superintendência Estadual
de Rios e Lagoas (Serla), retirou da lagoa
97 mil metros cúbicos de sedimentos. Foi
atingida uma profundidade média de três
metros, atendendo às normas internacionais
para as duas modalidades disputadas
no local – remo e canoagem –, o que permite
a realização de competições de alto
nível por mais dez anos, sem necessidade
de novas dragagens.