Livro 03 final-EVALDO.indd - Ministério do Esporte

A Embrapa entra na guerra
O
que fazer com os mais de três
mil quilos diários de dejetos produzidos
pelos animais no Complexo
de Deodoro? A solução foi
encontrada pela Embrapa Solos, unidade da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) com sede no Rio de Janeiro: fazer
a compostagem dos detritos, transformando-os
em fertilizante orgânico para utilização
nos parques e jardins da Escola de Equitação
do Exército. O meio ambiente agradece.
Uma vantagem para o trabalho foi que o processo
de compostagem não pede muitos
equipamentos. Para o processo, o primeiro
passo é conhecer os resíduos, em geral, por
meio de análises químicas do material, para
se chegar à composição. Em seguida, faz-se
a coleta e o transporte para o local previamente
preparado para evitar a contaminação
do material onde a compostagem será feita.
Os resíduos devem ser triturados em pedaços
pequenos. Os técnicos chegam à quantidade
de fontes de carbono (palhas e folhas)
que devem ser misturadas ao material rico em
nitrogênio (estercos) para a produção do adubo
orgânico. A mistura pronta é levada a um
campo ou canteiro de compostagem, onde
terá a temperatura e a umidade monitoradas.
No Complexo de Deodoro, o trabalho foi feito
em um pátio dentro do galpão selecionado.
Técnicos agrícolas da Embrapa Solos orientaram
o trabalho de revolvimento, molhamento
e condicionamento das pilhas de cama de
serragem com dejetos. “É muito bacana essa
oportunidade de participar do Pan, gratifi -
cante mesmo. Fomos muito bem recebidos.
É engraçado porque nunca imaginei que meu
trabalho na Embrapa me levaria aos Jogos”,
disse Gustavo Tato, técnico agrícola.
Especialmente para o Pan, a Embrapa Solos
agregou conhecimento técnico quanto ao
uso de pó de rocha rica em mineral zeolita
e de uréia (fertilizante nitrogenado), misturados
com os dejetos animais, para controle
de maus odores e melhora da efi ciência da
compostagem.
O reconhecimento internacional
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A
lém do legado para o Brasil, o
Rio de Janeiro e o Exército, o
projeto de eliminação de carrapatos
gerou reconhecimento
para as instituições de ensino e pesquisa
líderes da ação. Em fevereiro de 2008, a
equipe da UFRRJ esteve em Moscou (Rússia),
no Congresso da Associação Mundial
de Veterinária Eqüina (WEVA, na sigla em
inglês), para expor os resultados do sucesso
no Pan. O foco do interesse internacional
é o controle de carrapatos em um
evento, já que as infestações causam problemas
também em outros países. E uma
curiosidade: os países mediterrâneos sofrem
mais que os nórdicos, já que o aquecimento
global contribui para a disseminação
dos parasitas. “O esforço do governo
federal, com o apoio de nossas instituições
científicas, teve grande êxito. O fruto desta
vitória é um legado esportivo e científico
importante, conforme deixa claro o reconhecimento
internacional”, conclui Sérgio
Bernardes, do Ministério do Esporte.
Grande parte desta herança beneficia o
esporte nacional e as organizações militares.
Ficam os equipamentos, os profissionais
especializados, o conhecimento
assimilado e a experiência em ações ambientais.
No Complexo Esportivo de Deodoro,
as instalações estão preparadas
para receber não apenas treinamento de
atletas de tiro, hipismo, pentatlo e hóquei,
como as maiores disputas internacionais
civis e militares.
A comunidade acadêmica também é beneficiada
com acesso aos equipamentos,
processos metodológicos e conhecimento
de ponta adquiridos. Um exemplo prático
deste legado foi sua aplicação pelos cursos
de pós-graduação em Ciências Veterinárias
e Medicina Veterinária da UFRRJ,
os quais possuem níveis de elevada conceituação
reconhecidos pela Capes e o
CNPq, vinculados ao Ministério da Educação
e ao Ministério de Ciência e Tecnologia,
respectivamente.