Livro 03 final-EVALDO.indd - Ministério do Esporte

As localidades percorridas
D
efi nido o modelo, fi ca a cargo do
CO-Rio a organização do revezamento
da tocha. Foi estabelecido
que o planejamento da operação
fi caria a cargo da área de Marketing da entidade.
Porém esta gerência apresentava um
acúmulo de funções e serviços sob a sua tutela.
Entre eles estavam as vendas e concessões
de direitos de televisão, licenciamentos
de produtos ofi ciais, patrocínios e gerenciamento
e produção de cerimônias, além do
revezamento da tocha. Apesar da concentração
de tarefas, o CO-Rio tinha difi culdades
orçamentárias para a contratação de pessoal.
No primeiro momento também não houve a
indicação de um profissional para acompanhar
o projeto mais de perto. O Comitê ressentiase
da falta de verbas, já que a Prefeitura do
Rio de Janeiro, que havia se comprometido
a subsidiar as crescentes despesas da entidade,
não empenhou o recurso prometido.
Mesmo sem um plano de aporte de recursos
definido, em julho de 2006, o CO-Rio deu o
primeiro passo para viabilizar o evento, com
o início das negociações com a empresa
Alem International Management, a mesma
que havia dado suporte técnico e logístico
para o revezamento mundial da tocha olímpica,
em 2004. Informada sobre os propósitos
e conceitos do projeto, a Alem começou
a trabalhar seu cronograma de ação. Um
mês depois, a empresa americana apresentou
seu plano inicial para apreciação do CO-
Rio e do governo federal, representado no
processo pela Sepan. Iniciaram-se então as
reuniões para se definir os detalhes do plano
de execução.
Foi nesse momento do processo que o Ministério
do Esporte encaminhou para os debates
a sugestão de aumentar o número de locais
visitados pela tocha. Além das 27 capitais e
de outras 15 cidades que representariam os
42 países, a proposta era incluir mais nove localidades.
Estas foram defi nidas pela sua importância
econômica, turística, ecológica ou
cultural. Usar a visibilidade gerada pelo maior
evento esportivo das Américas para divulgar a
14
imagem do Brasil no continente e pelo mundo
afora era uma das prioridades e diretrizes do
governo federal nos Jogos. Para atingir esse
objetivo, entrou em cena o Instituto Brasileiro
de Turismo (Embratur).
O órgão teve papel determinante na elaboração
da lista defi nitiva das cidades e localidades
que seriam visitadas pelo sagrado Fogo
Pan-americano. Além do apoio à operação do
revezamento, a Embratur também divulgou os
Jogos em seus estandes nas principais feiras
de turismo do mundo.
Outro órgão com papel relevante foi a Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (Seppir). Ela indicou a passagem
da tocha pelo quilombo Campinho da
Independência, situado em Paraty, no Rio de
Janeiro, área onde vivem até hoje descendentes
de escravos fugidos das fazendas do litoral
sul fl uminense. O evento se transformou
em um ato para chamar a atenção da sociedade
para a causa dos fi lhos de um povo que
durante séculos foi vítima da ignorância daqueles
que acreditavam que cor fosse sinônimo
de superioridade.
Nos últimos anos os quilombolas têm recebido
especial atenção do governo federal. Uma das
principais ações sociais da Seppir, o programa
Agenda Social Quilombola tem como meta
nos próximos dois anos atingir 1.739 quilombos
espalhados pelo País, garantindo acesso
à saúde, educação, terra, luz elétrica, assistência
social e aos programas sociais do governo
federal, como o Bolsa Família.
A passagem da tocha pelo Quilombo Campinho
da Independência se tornou uma grande
festa e serviu também para reafi rmar o compromisso
do governo com a causa quilombola.
Foi também o primeiro ponto de parada do
Fogo Pan-americano no estado que abrigou
a cidade-sede das Olimpíadas das Américas.
Leia no quadro todas as cidades e localidades
escolhidas, os dias em que receberam a visita
da Tocha do Pan e os países que foram homenageados
por cada município: