soberano. Assim a construção de uma identidade nacional se torna fundamental para oexercício do poder soberano.Desta forma, se o Rei pertence a uma região do Estado, que tem uma culturaprópria, identificações comuns com a qual ele claramente se identifica, dificilmente umoutro grupo, com outras identificações, reconhecerá o seu poder. Assim a tarefaprincipal deste novo Estado é criar uma nacionalidade (conjunto de valores deidentidade) por sobre as identidades (ou podemos falar mesmo em nacionalidades) préexistentes.10 A unidade da Espanha ainda hoje está, entre outras razões, na capacidadedo poder do Estado em manter uma nacionalidade espanhola por sobre asnacionalidades pré-existentes (galegos, bascos, catalães, andaluzes, castelhanos, entreoutros). O dia que estas identidades regionais prevalecerem sobre a identidadeespanhola, os Estado espanhol estará condenado a dissolução. Como exemplo recente,podemos citar a fragmentação da Iugoslávia entre vários pequenos estadosindependentes (estados étnicos) como a Macedônia, Sérvia, Croácia, Montenegro,Bósnia, Eslovênia e em 2008 o impasse com Kosovo.Portanto a tarefa de construção do Estado nacional (do Estado moderno)dependia da construção de uma identidade nacional, ou em outras palavras, daimposição de valores comuns que deveriam ser compartilhados pelos diversos gruposétnicos, pelos diversos grupos sociais para que assim todos reconhecessem o poder doEstado, do soberano. Assim, na Espanha, o rei castelhano agora era espanhol, e todos osgrupos internos também deveriam se sentir espanhóis, reconhecendo assim a autoridadedo soberano.Este processo de criação de uma nacionalidade dependia da imposição eaceitação pela população, de valores comuns. Quais foram inicialmente estes valores?Um inimigo comum (na Espanha do século XV os mouros, o império estrangeiro), umaluta comum, um projeto comum, e naquele momento, o fator fundamental unificador:uma religião comum. Assim a Espanha nasce com a expulsão dos muçulmanos eposteriormente judeus. É criada na época uma polícia da nacionalidade: a santa10 Utilizamos neste texto as palavras identidade e identificações quase com sinônimos, ou seja, umaidentidade se constrói a partir da identificação de um grupo com determinados valores. Importantelembrar que o sentido destas palavras é múltiplo em autores diferentes. Podemos adotar o sentido deidentidade como um conjunto de características que uma pessoa tem e que permitem múltiplasidentificações sendo dinâmicas e mutáveis. Já a idéia de identificação se refere ao conjunto de valores,características e práticas culturais com as quais um grupo social se identifica. Nesse sentido nãopoderíamos falar em uma identidade nacional ou uma identidade constitucional mas sim emidentificações que permitem a coesão de um grupo. Identificação com um sistema de valores ou com umsistema de direitos e valores que o sustentam, por exemplo.15
inquisição. Ser espanhol era ser católico e quem não se comportasse como um bomcatólico era excluído.A formação do Estado moderno está, portanto, intimamente relacionado com aintolerância religiosa, cultural, a negação da diversidade fora de determinados padrões elimites. O Estado moderno nasce da intolerância com o diferente, e dependia depolíticas de intolerância para sua afirmação. Até hoje assistimos o fundamental papel dareligião nos conflitos internacionais, a intolerância com o diferente. Mesmo estados queconstitucionalmente aceitam a condição de estados laicos têm na religião, uma baseforte de seu poder: o caso mais assustador é o dos Estados Unidos, divididos entreevangélicos fundamentalistas de um lado e protestantes liberais de outro lado. Istorepercute diretamente na política do Estado, nas relações internacionais e nas eleiçõesinternas. A mesma vinculação religiosa com a política dos Estados podemos perceberem uma União Européia cristã que resiste a aceitação da Turquia e convive com ocrescimento da população muçulmana européia.O Estado moderno foi a grande criação da modernidade, somada mais tarde, noséculo XVIII, com a afirmação do Estado constitucional.Na América <strong>Latin</strong>a os Estados nacionais se formam a partir das lutas pelaindependência no decorrer do século XIX. Um fator comum nestes Estados é o fato deque, quase invariavelmente, foram Estados construídos para uma parcela minoritária dapopulação, onde não interessava para as elites econômicas e militares, que a maior parteda população se sentisse integrante, se sentisse parte de Estado. Desta forma, emproporções diferentes em toda a América, milhões de povos originários (de gruposindígenas os mais distintos) assim como milhões de imigrantes forçados africanos,foram radicalmente excluídos de qualquer idéia de nacionalidade. O direito não era paraestas maiorias, a nacionalidade não era para estas pessoas. Não interessava às elites queindígenas e africanos se sentissem nacionais.De forma diferente da Europa onde foram construídos estados nacionais paratodos que se enquadrassem ao comportamento religioso imposto pelos estados, naAmérica não se esperava que os indígenas e negros se comportassem como iguais, eramelhor que permanecessem à margem, ou mesmo, no caso dos indígenas, que nãoexistissem: milhões foram mortos.Neste sentido, as revoluções da Bolívia e do Equador, seus poderes constituintesdemocráticos, fundam um novo Estado, capaz de superar a brutalidade dos estadosnacionais nas Américas: o Estado plurinacional, democrático e popular.16
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