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Pobreza e Patrimônio - Avsi

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20 •POBREZA E PATRIMÔNIOUm percurso cognitivo: o encontro entre uma energia humana e umapresençaÉ evidente que uma observação global, apaixonada e insistente da realidadesobre a qual se está operando permite definir ações e medidas muito próximasdesta mesma realidade, podemos dizer, da forma mais “realista” possível.Um dos mais jovens cientistas que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina,Alexis Carrel, afirma no seu livro “Reflexões sobre a conduta da vida” que “Poucaobservação e muito raciocínio conduzem ao erro. Muita observação e poucoraciocínio conduzem à verdade” (Carrel apud Giussani, 2000, p. 20). Com estafrase, Carrel nos oferece uma síntese potente do método científico. Mas, tambémno caso dos programas de desenvolvimento humano, a forma para interferir narealidade depende do método com o qual se conhece esta realidade e da maneiracomo ela é descrita. Carrel parece realmente nos dizer que somente uma paixãopela realidade concreta, com as formas com que ela se apresenta aos nossosolhos, permite vencer uma leitura dos fatos influenciada por um juízo anterior esuperar, na ação, as divisões ideológicas. Só assim o método é definido peloobjeto e não imaginado, de maneira abstrata, pelo sujeito que realiza a ação 5 .Descrever corretamente o problema da pobreza, isto é, tratar da maneiramais adequada possível a realidade, representa, portanto, o passo decisivo paradefinir os conteúdos dos programas e os mais apropriados instrumentos paranortear a ação.Nestes últimos anos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministériodo Planejamento, dedicou particular atenção ao estudo e ao dimensionamentoda pobreza no Brasil. A pobreza é enfrentada na sua dimensão de rendainsuficiente: “Existe pobreza somente na medida em que existem famílias quevivem com uma renda familiar per capita inferior ao nível mínimo para satisfazeras próprias necessidades elementares (Barros et al, 2000, p. 22-23)” 6 .Portanto, segundo esta primeira afirmação, o pobre é aquele que possuiuma renda tal que não lhe permite adquirir uma quantidade de bens suficientepara satisfazer as suas necessidades primárias. É a definição clássica e bem5Uma atenta descrição do processo cognitivo no âmbito dos programas de redução da pobreza se pode encontrar emSOLYMOS, G.M.B. “Vencendo a desnutrição: abordagem psicológica” Ed. Salus Paulista – São Paulo 2002 p. 17-25. Otexto faz parte da coleção “Vencendo a desnutrição”, de Gisela M.B. Solymos e de A. L. Sawaya, publicado com o apoiodo Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) com o objetivo de divulgar os instrumentos úteispara uma política pública de redução da desnutrição. Os textos daquela coleção são publicados no sitewww.desnutricao.com.br6O texto apresenta um percurso completo dos estudos de natureza econômica dos últimos anos sobre o fenômeno dapobreza no Brasil e de análise das principais tentativas de redução do fenômeno através das políticas e de programaspúblicos.

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