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Pobreza e Patrimônio - Avsi

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PESSOA E TALENTOS • 27Um outro importante momento para o Brasil em preparação à Habitat IIfoi o Encontro Internacional do Recife sobre a <strong>Pobreza</strong> Urbana, em março de1996. As declarações finais rezam assim:Cada um de nós quer ser considerado pelo que é, pelo que tem e peloque pode fazer, e não pelo que lhe falta. O ponto de partida, tanto paraa formulação de políticas como para as intervenções, deve ser o respeitopelas opiniões e pelas ações dos pobres, por suas iniciativas e suaorganização, reconhecendo o valor dos espaços urbanos produzidosinformalmente e das atividades econômicas informais, que geramrenda e ao mesmo tempo atendem a necessidades básicas, tais comohabitação, abastecimento de água, etc (Declaração do Recife, 1996).Esta percepção da realidade não exclui obviamente os problemas de umacomunidade, as suas necessidades expressas ou latentes, não fecha os olhosdiante das condições humanas e sociais, a que acabaria por levar a uma ingenuidadeque não consideraria as vulnerabilidades presentes. Ela impõe, aocontrário, uma aproximação afetiva que permite não parar na necessidadeparcial, mas que, partindo desta, pode chegar a uma leitura em função datotalidade do ser humano. Quando é colocada em jogo a responsabilidade daspessoas, dá-se a descoberta do significado do próprio ser. Toda necessidade,mesmo quando tão somente material ou limitada, remete sempre a um desejoque a supera. Através do método da partilha este desejo pode ser escutado edilatado para outras direções, garantindo um crescimento individual e social.Acolher a tentativa de resposta colocada em ato representa a primeira maneirade ampliar a responsabilidade da pessoa. É dentro de tal experiência de partilhaque pessoa e comunidade vivem um processo educativo da própria responsabilidade,o que as tornam capazes de ter acesso real às oportunidades dedesenvolvimento que a realidade propõe. Isto por terem sido despertados odesejo e a vontade de chegar até elas, identificando com inteligência aquilo quena situação de cada um já se põe como fator e instrumento de ajuda; e valorizandoas políticas e os instrumentos que a mais ampla comunidade pode colocarem campo para acompanhar e ampliar as próprias possibilidades de ação.Uma saída operativa para o desenvolvimento da responsabilidade pessoalé a formação de agremiações espontâneas e organizações. Não existe comunidadena qual não se encontrem grupos mais ou menos constituídos dentro daprópria comunidade ou fora dela que prestam serviços de várias naturezas àspessoas e às famílias. Estes também representam um recurso importante para odesenvolvimento da sociedade; eles nascem, de fato, da livre agregação depessoas e de famílias. Agir em favor do desenvolvimento social significa tambémfavorecer as capacidades de associação das pessoas e grupos, ou seja, reconhecer,valorizar e estimular o constituição de comunidades intermediárias e de umtecido social ricos de participação e de co-responsabilidade. O direito de toda

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