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Pobreza e Patrimônio - Avsi

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PESSOA E TALENTOS • 21conhecida da “poverty line”, que acaba exigindo que se faça um cálculo devalores diferentes de “pobreza” em função do contexto econômico regional e,assim, um cálculo de valores diferentes de aquisição de bens alimentícios e deprimeira necessidade. Sem entrar no mérito desta modalidade de cálculo, aceitase,de modo geral, o valor médio e significativo de 1 U$ ao dia per capita. Adefinição de “linha de indigência” depende de uma variação de cálculo de rendaque impõe uma meta de pura sobrevivência. Os números sobre a pobreza noBrasil neste início de novo século são bem conhecidos: 1/3 da população viveabaixo da linha de pobreza, sendo que um pouco menos da metade, emcondições de miseráveis 7 . Mas a linha de pobreza não descreve de maneira aexaurir a real dimensão econômica do problema.O tamanho da pobreza é diretamente proporcional ao número depessoas que vivem em famílias para as quais a renda per capitaencontra-se abaixo da linha de pobreza e à distância da renda percapita de qualquer família pobre em relação à linha de pobreza (Barroset al, 2000, p. 23).Define-se, assim, o “hiato de pobreza”, isto é, o valor econômico queaquela família deve receber para elevar a sua renda acima da linha de pobreza.É possível, deste modo, calcular o débito social do país. Além disso, em umcontexto de grande magnitude do fenômeno, quanto maior é a renda média, ouseja, quanto maior é a distância entre tal valor e a linha de pobreza, pior é adistribuição de renda. Feitas as contas, usando o coeficiente de Gini ou a razãoentre a renda do quintil mais rico da população e o quintil mais pobre, o Brasilacaba sendo um dos países que pior distribui a própria renda.Não se caracteriza, portanto, como um país pobre, mas como um paíscom muitos pobres.A definição de pobreza através dos poucos indicadores econômicos,rapidamente apresentada, permite identificar e localizar facilmente o grupovulnerável, mas não consente descrever as causas e características do fenômeno,a não ser aquela que diz respeito à falta de uma renda adequada. Como consequênciadisso, as políticas de redistribuição de renda, diretas e necessárias,propõem resultados mais ligados ao âmbito da emergência do que à tentativa defavorecer o desenvolvimento da pessoa e da comunidade.Para se evitar que os beneficiários dos programas de renda mínimaretornem à sua condição de pobreza anterior, são necessárias a arti-7“Os resultados revelam que, em 1999, cerca de 14% da população brasileira vivia em famílias com a renda inferior àlinha de indigência e 34%, em famílias com renda inferior à linha de pobreza. Deste modo, cerca de 22 milhões debrasileiros podem ser classificados como indigentes e 53 milhões como pobres.” (Barros et al, 2000, p. 23).

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