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Pobreza e Patrimônio - Avsi

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44 •POBREZA E PATRIMÔNIOeducação ambiental junto aos moradores, já que as áreas que poderiam ser destinadasa esse fim, ou estavam completamente poluídas e descuidadas, no casodas lagoas, ou com restrição de uso, no caso do campo de futebol do Veneza –que apesar de ter o nome do bairro vizinho, localizava-se dentro do Planalto II.A pesquisa refletiu a posição dos moradores quanto à segurança dentro daprópria comunidade e sobre a oferta de serviços de vigilância e policiamento. Amaioria dos domicílios pesquisados, 62%, afirmaram que a comunidade tinhaproblemas com segurança. Dentre os mais enumerados apareciam: roubos com42,8%; envolvimento com drogas com 16%; mesmo percentual para brigas derua e ainda 6% de violência, estupros e falta serviços de policiamento. Havia porparte de 49% dos domicílios a reclamação de que o bairro contava com este tipode serviço somente esporadicamente. A população da cidade de Ipatingaadotava, diante dos moradores do Planalto II, uma atitude de preconceito sócioeconômicoque, além de os excluir da possibilidade de se inserirem no mercadode trabalho, trazia conseqüências para o desenvolvimento da auto-estima daspessoas, que se percebiam como incapazes e marginalizadas pela sociedade,bem como prejudicava os relacionamentos entre os moradores. Essa desconfiançada população de Ipatinga em relação às pessoas que residiam no PlanaltoII acabou por se transformar em desconfiança entre os próprios membros dacomunidade, o que reforçava a sua fragmentação.A rede de apoio e de serviços à comunidade do Planalto II era poucoextensa nos primeiros anos do assentamento. Os serviços, bastante restritos,localizavam-se no entorno e não havia uma escola que atendesse diretamenteaos residentes do local, nem uma unidade de saúde nas imediações. A crecheconstruída durante o mutirão estava fechada e bastante danificada; a CasaSocial, erguida nesta mesma época, realizava ainda algumas atividades pontuaiscomo cursos, mas não mais com a mesma intensidade da época do mutirão; aAssociação de Moradores, que não tinha uma sede, não apresentava uma grandecapacidade organizativa e nem conseguia atrair outros atores para intervirem nacomunidade.A situação em 1999, ano de início da implementação do projeto, era umpouco diferente. A Casa Social havia sido fechada, e não mais desenvolvia atividadesjunto aos moradores. Por outro lado, a rede de serviços e de apoio à comunidadehavia se ampliado um pouco, embora seus integrantes trabalhassem demaneira isolada sem estabelecerem intercâmbios entre si, apesar de atenderemao mesmo público. Outra característica dessa rede é que muitos prestavam seusserviços sem envolver-se com o desenvolvimento mais global da comunidade. Aconstrução da Escola Municipal Paulo Freire e a reforma da creche, que agoraestava em funcionamento, constituíram os resultados do trabalho da rede. Naárea da saúde, foi construída uma unidade de saúde no bairro Veneza, vizinhoao Planalto II. Com relação aos atores comunitários, havia sido criada uma

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