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dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

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inimigos, os outros povos indígenas. A sua extrema curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a atração pelo novo foram<br />

elementos fun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> sua cultura. Mal sabiam que essa abertura, que parecia uma<br />

atitu<strong>de</strong> positiva, colaboraria para a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e para a sua integração à nova<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

De fato, o facão cortador <strong>de</strong> cabeças não era o facão citado pelos mineiros Murilo Antunes e<br />

Tavinho Moura, e sim o facão dos Tupinambás. Esse não está quebrado na ponta nem no<br />

meio, corta com precisão cirúrgica quando está na mão do índio carioca, o Tupinambá.<br />

Voltando ao paralelo entre a história dos empregados <strong>da</strong> Telemig e a história dos Guaranis,<br />

on<strong>de</strong> se enquadram os Tupinambás?<br />

Segundo os entrevistados, no início <strong>da</strong> privatização havia muito a ser feito. Eram 16<br />

empresas, ca<strong>da</strong> uma com sua forma <strong>de</strong> trabalhar completamente diferente <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais. Foi<br />

necessário, portanto, escolher as melhores práticas operacionais, os melhores sistemas, e não<br />

houve dúvi<strong>da</strong>, a Telemig era <strong>de</strong> fato a que <strong>de</strong>tinha to<strong>da</strong>s essas qualificações. Os melhores<br />

técnicos <strong>da</strong> Regional Minas foram enviados às <strong>de</strong>mais regionais para multiplicar e implantar<br />

em to<strong>da</strong>s elas o que se fazia em Minas. O <strong>de</strong>sejo <strong>da</strong> matriz <strong>de</strong> fazer um forte enxugamento em<br />

to<strong>da</strong>s as regionais foi iniciado, mas em Minas encontrou forte resistência, principalmente dos<br />

grupos, a que se refere Prahalad e Hamel (1995), <strong>de</strong>tentores <strong>da</strong>s competências essenciais.<br />

Nem tudo que a Matriz <strong>de</strong>sejava era possível fazer <strong>de</strong> uma única vez e ela sabia disso, revelou<br />

um entrevistado.<br />

107<br />

Era preciso criar um corpo gerencial novo e motivado para fazer o “serviço” sem<br />

per<strong>de</strong>r a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prestação dos serviços ao cliente. [...] Alguns foram recrutados<br />

nos quadros <strong>da</strong> antiga Telemig [...] outros vieram <strong>de</strong> organizações liga<strong>da</strong>s aos<br />

grupos controlados pelos acionistas principais. Enquanto isso, grupos <strong>de</strong> training<br />

eram preparado para em futuro próximo substituir antigos gerentes. [...] Esses<br />

grupos tinham certa autonomia ...[...] e uma significativa participação nos resultados<br />

[...] <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que cumprissem suas missões sem questionamento e sem <strong>de</strong>ixar a peteca<br />

cair. 16<br />

A “peteca” a que se refere o entrevistado é uma analogia com o conhecido jogo mineiro, cuja<br />

regra principal é manter a peteca no ar, sem cair. Neste caso, compara-se a peteca com os<br />

resultados operacionais e com a motivação dos empregados. Era necessário motivar os<br />

“colaboradores” para produzir e gerar resultado e, ao mesmo tempo, ao final <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ano,<br />

promover fortes cortes. A orientação básica para sobreviver a esses cortes sem per<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

16 Entrevistado E8

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