14.04.2013 Views

dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

psicologia, <strong>de</strong> empatia, e muita atenção e um feeling especial <strong>de</strong> pesquisador. É preciso<br />

conduzir o entrevistado para falar do tema proposto, sem que ele perceba que está sendo<br />

conduzido, e saber a hora certa <strong>de</strong> buscar a informação <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>. É preciso clarividência para<br />

separar as informações úteis <strong>da</strong>s inúteis. Sem o conhecimento necessário <strong>da</strong> organização<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, sem a competência requeri<strong>da</strong>, a pesquisa em profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> fica “boiando na<br />

superfície dos fatos” e torna-se inútil.<br />

É preciso um pouco <strong>de</strong> sorte, até quando se erra. A intenção inicial, durante a organização <strong>da</strong>s<br />

entrevistas, era iniciar pelos que já haviam se <strong>de</strong>sligado <strong>da</strong> organização. Esse, inclusive, era<br />

para ser o publico maior. Mas, por uma questão <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou sorte, os primeiros<br />

entrevistados foram pessoas que efetivamente compõem o quadro <strong>de</strong> empregados <strong>da</strong> Telemar.<br />

E, ain<strong>da</strong>, pessoas que entraram para a organização <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> privatização. Na programação<br />

<strong>da</strong>s entrevistas, eles seriam os últimos, mas essa inversão não programa<strong>da</strong> foi fun<strong>da</strong>mental. A<br />

surpresa não foram essas entrevistas, mas as primeiras entrevistas com os que já haviam se<br />

<strong>de</strong>sligado. O contraste foi muito gran<strong>de</strong>: a riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes e o bom humor foram<br />

substituídos pelas amarguras e pela falta <strong>de</strong> criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos que haviam saído. A pressão <strong>de</strong><br />

quem está em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo que foi possível perceber, aguça a prontidão e, então, a<br />

criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o humor refletem este estado <strong>de</strong> alerta. Já os que estão fora <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> se<br />

escon<strong>de</strong>m atrás <strong>de</strong> uma cortina <strong>de</strong> ressentimentos e muito pouco do que é possível tirar <strong>de</strong>les é<br />

útil. Mas as melhores fontes <strong>de</strong> informação são os que saíram, mas continuam trabalhando<br />

como prestadores <strong>de</strong> serviços. Essa experiência produz <strong>mu<strong>da</strong>nça</strong>s tão profun<strong>da</strong> nessas pessoas<br />

que elas adquirem uma nova forma <strong>de</strong> enxergar a r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> que viveram e vivem. Sabem<br />

como são os dois lados, vivem sob forte pressão profissional, mas ao mesmo tempo são livres<br />

para mu<strong>da</strong>r e têm consciência disso.<br />

9.3 DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DESSE ESTUDO<br />

No início dos trabalhos, no tópico sobre as limitações do estudo, alertávamos sobre as<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em se pesquisar temas tão complexos como estratégias organizacionais,<br />

principalmente quando existem razões para que essas estratégias permaneçam ocultas. Mas<br />

esses, <strong>de</strong> longe, não foram os maiores obstáculos. Quando se trabalha com metáforas, o objeto<br />

<strong>de</strong> estudo está no imaginário, ou seja, é algo que exige uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abstração muito<br />

gran<strong>de</strong> e não são todos que possuem essa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Existem pessoas que são tão “agarra<strong>da</strong>s<br />

ao chão” que não se permitem “navegar no imaginário”. Não foram muitas, mas algumas<br />

119

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!