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dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

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que jamais se possa fundá-lo numa estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> adquiri<strong>da</strong>. A frase não é um mosaico, mas um<br />

organismo. Interpretar uma palavra é inventar uma constelação idêntica em que ca<strong>da</strong> palavra<br />

recebe o apoio <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as outras e, gradualmente, tira benefício <strong>da</strong> familiari<strong>da</strong><strong>de</strong> com a língua<br />

inteira. Isso envolve todos os aspectos <strong>da</strong> cultura na qual essa língua está embebi<strong>da</strong>.<br />

Para Nonaka e Takeuchi, apud Lourenço (2004) uma metáfora ou analogia é uma maneira <strong>de</strong><br />

fazer com que indivíduos fun<strong>da</strong>mentados em contextos diferentes e com diferentes<br />

experiências compreen<strong>da</strong>m algo intuitivamente através do uso <strong>da</strong> imaginação e dos símbolos.<br />

Ricoeur (2000) afirma que uma metáfora possui dois sentidos. Um, que se <strong>de</strong>nomina sentido<br />

próprio, é o do enunciado, que apenas recorre às significâncias lexicais registra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> uma<br />

palavra, que constituem sua <strong>de</strong>signação. O outro sentido, o figurado, não é um sentido<br />

<strong>de</strong>sviado <strong>da</strong>s palavras, mas o sentido <strong>de</strong> um enunciado inteiro, que resulta <strong>da</strong> atribuição, ao<br />

tema privilegiado, <strong>de</strong> valores conotativos do modificador. Portanto, caso se continue a falar<br />

em sentido figurado <strong>da</strong>s palavras, trata-se apenas <strong>de</strong> significações inteiramente contextuais, <strong>de</strong><br />

uma significação emergente que existe somente aqui e agora. Não há metáforas no dicionário,<br />

ela não existe senão no discurso. Nesse sentido, a atribuição metafórica revela, melhor que<br />

qualquer outro emprego <strong>da</strong> linguagem, o que é uma palavra viva, que constitui por excelência<br />

uma instância <strong>de</strong> discurso.<br />

A partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, os pressupostos científicos e filosóficos do objetivismo passam a ser<br />

questionados. Começa-se a perceber a r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> como um construto social que se apóia em<br />

larga medi<strong>da</strong> nos discursos que sobre ela são proferidos. Assim a linguagem não mais<br />

representa meramente a r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas também a constrói. A oposição entre linguagem literal<br />

e metáfora começa a per<strong>de</strong>r força. Para Almei<strong>da</strong> (2005), a linguagem figura<strong>da</strong> não é mais<br />

vista como mero ornamento, já que as imagens evoca<strong>da</strong>s por ela fazem parte dos conceitos<br />

verbalizados. Se a metáfora apresenta um <strong>de</strong>terminado domínio sobre o outro, não temos aí<br />

uma mera comparação, mas sim a criação uma maneira <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o primeiro, que<br />

transfere para ela características do segundo, as quais passam a ser elementos constitutivos <strong>da</strong><br />

nossa visão sobre aquele assunto.<br />

Embora, segundo Lakoff e Johnsom (2002), as metáforas não nos levem a uma única imagem<br />

concreta e consistente, elas são, to<strong>da</strong>via, coerentes e encaixam-se quando há implicações,<br />

embora o inverso não seja ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro. As metáforas são comuns a nossas experiências<br />

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