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dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

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organização segue outros caminhos, continua invisível porque, quando é exposta, mostra a<br />

outra face que o estrategista possui e procura negar, por conveniência, a todo custo.<br />

Segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a autori<strong>da</strong><strong>de</strong> concentra po<strong>de</strong>r no alto <strong>da</strong><br />

hierarquia, muitas vezes nas mãos dos responsáveis pelas estratégias existentes. A perícia<br />

concentra po<strong>de</strong>r nas mãos <strong>de</strong> peritos mais graduados, não nos subalternos, que po<strong>de</strong>m possuir<br />

as aptidões mais novas. Analogamente, a cultura ten<strong>de</strong> a ser enraiza<strong>da</strong> no passado, na tradição<br />

e, assim, po<strong>de</strong> atuar como um obstáculo às <strong>mu<strong>da</strong>nça</strong>s. Diante <strong>de</strong>ssas resistências, a política<br />

po<strong>de</strong> funcionar como uma espécie <strong>de</strong> mão invisível 1 para promover as <strong>mu<strong>da</strong>nça</strong>s necessárias.<br />

Portanto, mesmo quando se consegue o acesso ao alto po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> hierarquia, isso não significa o<br />

acesso às ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras intenções, o que exige um árduo trabalho investigativo para perceber os<br />

rastros quase invisíveis <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong>las <strong>de</strong>correntes.<br />

Segundo Machado <strong>da</strong> Silva e Nogueira (2001), na perspectiva <strong>de</strong> construção social <strong>da</strong><br />

r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, os relacionamentos diários na organização compõem o contexto on<strong>de</strong> os<br />

entendimentos po<strong>de</strong>m ser construídos <strong>de</strong> modo a serem, ou não, convergentes. A formação<br />

dos grupos e os processos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar um senso<br />

compartilhado <strong>de</strong> r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>. Grupos coesos crescem em torno <strong>de</strong> entendimentos comuns;<br />

grupos fragmentados esposam visões <strong>de</strong> r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> múltiplas. Mu<strong>da</strong>nças e estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> são<br />

duas facetas <strong>de</strong> uma mesma dimensão que estão intimamente liga<strong>da</strong>s à noção <strong>de</strong> arquétipos<br />

organizacionais: vinculação entre as estruturas e sistemas <strong>de</strong> uma organização com as idéias,<br />

crenças e valores subjacentes.<br />

De acordo com Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), às vezes nem os próprios responsáveis<br />

pelas estratégias <strong>de</strong> uma organização sabem explicar a sua orígem. Esse autor exemplifica<br />

com uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> um alto executivo <strong>da</strong> General Motors:<br />

Muitas vezes é difícil dizer quem <strong>de</strong>cidiu uma coisa, quando, ou mesmo quem<br />

originou uma <strong>de</strong>cisão. Freqüentemente, não sei quando uma <strong>de</strong>cisão é toma<strong>da</strong> na<br />

General Motors. Não me lembro <strong>de</strong> estar em uma reunião <strong>de</strong> um comitê quando as<br />

coisas foram vota<strong>da</strong>s. Normalmente, alguém se limita a resumir uma posição em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento. Os restantes, ou acenam em assentimento, ou <strong>de</strong>claram seus<br />

termos particulares <strong>de</strong> consenso. (MINTZBERG, AHLSTRAND E LAMPEL, 2000, p.<br />

123).<br />

1 A Mão invisível referencia<strong>da</strong> neste trabalho não tem a mesma conotação positiva <strong>da</strong> ação livre do mercado<br />

como foi cunha<strong>da</strong>, e originalmente imagina<strong>da</strong> por A<strong>da</strong>m Smith em 1776 (SMITH, 2008) nem tem também a<br />

mesma conotação <strong>da</strong> Mão Visível <strong>de</strong> Chandler (1977) que evolui o pensamento <strong>de</strong>monstrando o po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> <strong>gestão</strong><br />

<strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s corporações americanas. Ao contrario <strong>da</strong> visão econômica <strong>de</strong> um mercado livre e sadio, funcionando<br />

<strong>de</strong> forma espontân<strong>ea</strong> através <strong>de</strong> suas organizações, a mão invisível <strong>de</strong> Mintzberg tem a conotação negativa <strong>da</strong>s<br />

ações <strong>de</strong> intenção duvidosa do ponto <strong>de</strong> vista ético nas ações dos estrategistas on<strong>de</strong> os fins justificam os meios.<br />

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