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dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

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8.5 A TERCEIRA LEI DE NEWTON<br />

É impossível não levar em conta a Terceira Lei <strong>de</strong> Newton – a Lei <strong>da</strong> ação e r<strong>ea</strong>ção – quando<br />

se implanta <strong>de</strong> forma arbitrária um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. É claro que o método utilizado<br />

pela Telemar, <strong>de</strong> intervir na cultura organizacional, funciona e alcança resultados imediatos.<br />

Se a cultura <strong>de</strong> uma organização é em parte o resultado do conjunto dos indivíduos, trocá-los<br />

total ou parcialmente é um caminho possível <strong>de</strong> transformação. Mas esse mo<strong>de</strong>lo cíclico <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>missão e admissão programa<strong>da</strong> cria no corpo funcional uma espécie <strong>de</strong> antivírus que r<strong>ea</strong>ge<br />

em busca do equilíbrio entre a ação e a r<strong>ea</strong>ção. O <strong>de</strong>scomprometimento, a irresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

o individualismo exarcebado e o <strong>de</strong>srespeito com os colegas, clientes e parceiros fica<br />

evi<strong>de</strong>nte.<br />

A propagan<strong>da</strong> interna, produzi<strong>da</strong> pela ár<strong>ea</strong> <strong>de</strong> recursos humanos, está muito longe <strong>da</strong><br />

r<strong>ea</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>. É motivo <strong>de</strong> risos – contidos, é claro – to<strong>da</strong>s as vezes que são prega<strong>da</strong>s nos quadros<br />

<strong>de</strong> avisos ou divulgados por meio eletrônico. Os discursos do corpo gerencial são como uma<br />

bola <strong>de</strong> futebol, aparentemente sóli<strong>da</strong>, quando se olha por fora, mas que se sabe oca por<br />

<strong>de</strong>ntro. Sua aparência se mantém apenas porque há muita pressão em seu interior. Quando se<br />

abre uma janela, para crescer, por exemplo, a ar escapa e a bola murcha.<br />

As relações interpessoais entre a gerência e o corpo técnico, cerca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> bravatas,<br />

incompetência e <strong>de</strong>srespeito criam um mundo fictício on<strong>de</strong> um fala do que não sabe e o outro<br />

finge que enten<strong>de</strong> o que nem ao menos está ouvindo. Isto porque quem está ouvindo sabe que<br />

o outro não enten<strong>de</strong> do que está falando e que as promessas não serão cumpri<strong>da</strong>s e, ain<strong>da</strong> que<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do seu esforço em enten<strong>de</strong>r e cumprir o que lhe é imposto, o resultado é o<br />

mesmo: o <strong>de</strong>srespeito, a falta <strong>de</strong> compromisso e a carta <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão que um dia virá.<br />

Neste mundo <strong>de</strong> faz <strong>de</strong> conta, as palavras têm conotações diferentes do que o dicionário nos<br />

apresenta. Para entendê-las, é necessário utilizar ferramentas como a análise <strong>de</strong> discurso e, em<br />

casos extremos, o <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> mentiras dos filmes policiais. Mas é impossível escon<strong>de</strong>r a<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o tempo todo. e então, ela aparece na única forma que lhe é possível, a metáfora.<br />

Mas enten<strong>de</strong>r as metáforas que afloram exige um conhecimento profundo do contexto, <strong>da</strong><br />

organização, <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> pressão que lhes é imposta. A gran<strong>de</strong> vantagem <strong>da</strong><br />

metáfora é que ela é coletiva e, portanto, não tem autor. Como permite mais <strong>de</strong> uma<br />

interpretação, facilita as <strong>de</strong>sculpas quando alguém do corpo gerencial questiona.<br />

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