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dissertação de mestrado a gestão ea mudança cultural da telemar ...

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organização nos mol<strong>de</strong>s neoliberais, em tempo <strong>de</strong> se apresentar para o leilão final. O seu<br />

significado era o <strong>de</strong> fazer as <strong>mu<strong>da</strong>nça</strong>s necessárias para se tornar uma organização ágil no<br />

atendimento ao cliente, dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma estrutura leve, competente e preocupa<strong>da</strong> com<br />

resultados. Mas to<strong>da</strong> essa transformação <strong>de</strong>veria acontecer sem per<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

atendimento, ou seja, sem <strong>de</strong>ixar a peteca cair, conforme completava a diretora em seus<br />

discursos voltados para os empregados.<br />

Depois <strong>da</strong> privatização, essa mesma diretora apresentou uma nova versão <strong>de</strong>ssa mesma<br />

metáfora. Agora a proposta não era mais trocar a ro<strong>da</strong> <strong>de</strong> um carro an<strong>da</strong>ndo, mas trocar a<br />

turbina <strong>de</strong> um jato em pleno vôo. O seu objetivo era <strong>de</strong>monstrar que era necessário aumentar,<br />

e muito, a aceleração do processo <strong>de</strong> transformação que se iniciara anteriormente. Os novos<br />

tempos exigiam muito mais <strong>de</strong> todos a uma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> alucinante.<br />

Naturalmente, essa metáfora trouxe muito mais atropelos, mas também muitos acertos,<br />

traduzindo com perfeição a intenção do gestor e tendo como reflexo uma movimentação sem<br />

prece<strong>de</strong>ntes na organização.<br />

Esse exagero metafórico entre as duas fases teve também o seu lado cruel e ridículo ao<br />

mesmo tempo. Ridículo, porque ao final ninguém mais acreditava, e os resultados obtidos na<br />

segun<strong>da</strong> fase foram fruto <strong>de</strong> pesa<strong>da</strong>s cobranças e fortes am<strong>ea</strong>ças:<br />

A gente não tinha tempo nem para respirar [...] e vinha aquele louco do meu chefe<br />

dobrando as nossas metas sem parar... parecia um saco sem fundo [...] quem não<br />

atingia a meta ele punha abaixo <strong>de</strong> zero [...] quando não era sumariamente <strong>de</strong>mitido.<br />

O bicho pegava mesmo era pra nós <strong>da</strong> ár<strong>ea</strong> <strong>de</strong> negócios [...] a recompensa que<br />

tivemos foi <strong>de</strong>missão em massa... [...] Sabia que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sugar a gente, até on<strong>de</strong><br />

não podia mais, houve <strong>de</strong>missão em massa via ví<strong>de</strong>o-conferência? [...] foi um<br />

horror, mas isso não foi divulgado! Ninguém ficou sabendo... e os inúteis do<br />

sindicato na<strong>da</strong>!!! Nem pra pôr no jornal! 11<br />

Pouco a pouco, todo o serviço <strong>de</strong> atendimento ao cliente foi sendo terceirizado, segmento por<br />

segmento, ano após ano, até o processo se concluir totalmente na regional.<br />

11 Entrevistado E4<br />

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