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Untitled - Saída de Emergência

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pequena mesa rústica, e ainda uma macieira brava que lhes proporcionavaalguma sombra.Pete fez <strong>de</strong>slizar as mãos e ro<strong>de</strong>ou-lhe os seios. — Hum? — fez ele.— Vem. Vamos para a cama.O quarto também <strong>de</strong>via estar fresco, resguardado pelos cortinadosbrancos.Subiram as escadas <strong>de</strong> mãos entrelaçadas.Um minuto <strong>de</strong>pois estavam estendidos sobre a cama coberta com acolcha branca. Alice encostou a cabeça para trás, <strong>de</strong> olhos fechados, enquantoa mão <strong>de</strong> Pete a agarrava pelos pulsos atrás da cabeça, para a impedir<strong>de</strong> se libertar. Na mesinha <strong>de</strong> cabeceira soou o toque do telefone. Pete praguejou,mas nenhum <strong>de</strong>les fez menção <strong>de</strong> o aten<strong>de</strong>r. A seguir a uma dúzia<strong>de</strong> toques, o aten<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> chamadas foi activado.— Alice, estás aí?Seguiu-se uma pausa, ouvindo-se então uma interjeição <strong>de</strong> impaciência.— Mas on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>s tu andar a esta hora do dia? Preciso <strong>de</strong> falar contigo.Telefona-me logo que possas, está bem? — Como <strong>de</strong> costume, a voz eraenérgica e apressada.— Sim, minha senhora — murmurou Pete. Susteve o corpo <strong>de</strong> Alicee fê-la girar habilmente, <strong>de</strong> modo a colocá-la por cima <strong>de</strong>le. Nunca manifestaraqualquer aversão relativamente à mãe <strong>de</strong> Alice, a impressionanteMargaret Mather, mas os seus afectos não passavam dali. Alice também não<strong>de</strong>sejou avançar nessa linha <strong>de</strong> pensamentos. Não era altura para pensar emMargaret. Agora não era o momento para pensar em mais alguma coisa, àexcepção daquilo.Mais tar<strong>de</strong>, ficaram <strong>de</strong> pernas entrelaçadas um no outro, a escutar osbarulhos tranquilos que lhes chegavam da rua, através da janela aberta. Porinstantes, Pete improvisou, baixinho, uma sequência <strong>de</strong> notas que lhe ressoaramno fundo do peito. Alice sorria, com o queixo encostado ao ombro<strong>de</strong>le, ainda pegajoso da mistura do suor dos dois.De manhã ia telefonar aos pais e visitá-los.Margaret Mather estava sentada à mesa <strong>de</strong> abas, junta à gran<strong>de</strong> janela<strong>de</strong> sacada, da sua casa em Boars Hill. De cada um dos lados do monitor e doteclado do computador, amontoavam-se livros, papéis e cartas, em pilhas <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadas.Nunca fora arrumada nem sequer tivera o mínimo gosto pelasli<strong>de</strong>s domésticas, pelo que a mesa estava atulhada <strong>de</strong> chávenas <strong>de</strong> chá meiovazias e <strong>de</strong> pratos sujos, em conjunto com os volumes dos seus trabalhos. Oresto da sala estava <strong>de</strong>sarrumado e com pó, e os tapetes persas estavam coalhados<strong>de</strong> pêlos <strong>de</strong> gato. O próprio gato, uma criatura branca e gorda, <strong>de</strong> aromapenetrante, encontrava-se instalado no sofá a lamber as partes traseiras.25

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