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Untitled - Saída de Emergência

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Verão e então ver-se-iam navios <strong>de</strong> cruzeiro ancorados em cada uma dosmolhes do cais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque principal. A cida<strong>de</strong> iria encher-se <strong>de</strong> turistascom abafos <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> carneiro e barcos <strong>de</strong> aluguer, entretidos emexcursões marítimas, passeios pelos glaciares e visitas aos miradouros dascataratas, e ainda em caminhadas no Parque Nacional. Haveria também umpequeno comboio azul a circular pelas ruas, semelhante aos das feiras <strong>de</strong>diversão, com um funcionário da agência <strong>de</strong> turismo vestido com um pinguimgigante, que passava cinco horas diárias a posar para as fotografias e aesten<strong>de</strong>r a barbatana oferecendo apertos <strong>de</strong> mão. Em breve ia chegar a altura<strong>de</strong> partir para outro lado. Quando a i<strong>de</strong>ia lhe surgiu, Rooker reparou quea neve cessara <strong>de</strong> cair. Por entre as nuvens, assomava-se uma faixa <strong>de</strong> céu eum feixe <strong>de</strong> luz prateada incidia obliquamente sobre o mar gelado.Despren<strong>de</strong>u-se da sua trave e <strong>de</strong>sceu uma série <strong>de</strong> escadas até chegarao solo. Quando ficasse concluído, o hotel iria apresentar um bonito revestimentoem ma<strong>de</strong>ira, mas nesta altura não passava <strong>de</strong> um vulto pardo <strong>de</strong>tijolo, com buracos abertos nos sítios das janelas. Naquele dia, dois dos seushomens tinham começado a <strong>de</strong>dicar-se ao piso do rés-do-chão e às estruturasdas janelas.Descobriu Juan, entre um grupo <strong>de</strong> homens que se dirigiam para oportão do estaleiro, <strong>de</strong>ixando atrás <strong>de</strong> si um rasto na camada <strong>de</strong> neve macia.— Eh! — gritou Rooker. — Tu aí, Juan, preciso <strong>de</strong> falar contigo.O homem <strong>de</strong>teve-se e ficou a aguardar. Era baixo e moreno, e um casoperdido. — Sí?Rooker fez uma expressão intimidadora e apontou com o polegar paraas traves do telhado. — Que porcaria é aquela ali em cima?O carpinteiro encolheu os ombros. Estava habituado aos modos doencarregado. — Foi o mau tempo — disse entre <strong>de</strong>ntes, num tom <strong>de</strong>spido<strong>de</strong> emoção.— Então vamos arranjar o maldito telhado como <strong>de</strong>ve ser, Mex, paraque todos possamos ter alguma protecção. De acordo?— Sí.— Trabalho ruim, não há pesos. Compreen<strong>de</strong>s? — Rooker esfregava emsimultâneo o polegar e o indicador, um no outro.O homem assentiu com a cabeça e sacou da mochila <strong>de</strong> lona que traziaao ombro. Era quarta-feira e os homens recebiam o salário às quintas-feiras,pelo que naquela noite não haveria bebidas. Juan apenas <strong>de</strong>sejava voltar aoseu alojamento para po<strong>de</strong>r comer, aquecer-se e <strong>de</strong>pois ir dormir.— Vai-te lá embora — disse Rooker, per<strong>de</strong>ndo a paciência. O restodos homens já tinha <strong>de</strong>saparecido e Pepito <strong>de</strong>veria estar entre eles. A luzacinzentada diminuía velozmente. O telhado e a sua reparação teriam <strong>de</strong>8

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