12.07.2015 Views

Untitled - Saída de Emergência

Untitled - Saída de Emergência

Untitled - Saída de Emergência

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

tas, como um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida. Acreditava que ter a última palavra po<strong>de</strong>riaser eficaz.Trevor acompanhou-a até ao carro, para se <strong>de</strong>spedir. — Se estivesseno teu caso, eu iria — confessou ele, surpreen<strong>de</strong>ndo-a <strong>de</strong> tal modo, quandoestava prestes a sentar-se no banco do condutor, que ficou a meio do movimento.— Mas o pai nunca saiu daqui.— Ah, eu não podia. Talvez o <strong>de</strong>vesse ter feito, mas esse tipo <strong>de</strong> coisasestava <strong>de</strong>stinado a Margaret. Ela era a aventureira, pelo que eu tinha <strong>de</strong> ser apessoa que ficava em casa. Amava-a <strong>de</strong>masiado para me arriscar a fazer-lhequalquer espécie <strong>de</strong> concorrência, e <strong>de</strong>pois tu nasceste e não quis per<strong>de</strong>r umsó dia da tua vida. Mas no teu caso, hoje e agora, tudo seria muito diferente.Não era a primeira vez que Alice reflectia sobre a total falta <strong>de</strong> egoísmopor parte do pai. Essa qualida<strong>de</strong> dava para os dois. Para os três, se seincluísse na conta. Ela ainda não tinha filhos ou marido, laços efectivos – àexcepção <strong>de</strong> Pete, embora ele fosse suficiente para a manter solidamente ancorada.Pelo menos consegui avançar o suficiente, para reconhecer que souegoísta, pensava ela. Trevor sorria-lhe. A brisa enfunava as penas brancasdo seu cabelo.— Nesse caso, o pai não teria sido a pessoa que foi. Ou a que é agora.Eu não <strong>de</strong>sejo que seja diferente da maneira que é — afirmou Alice.Ele assentiu com a cabeça. — Acho que não <strong>de</strong>ves ter qualquer receio aesse respeito. Conheces o ditado: burro velho não apren<strong>de</strong> línguas.— Ainda bem. — Beijou-o na face. Como sempre, Trevor transmitia--lhe a sensação <strong>de</strong> que o mundo era um local seguro.— Boas férias. Cui<strong>de</strong> da mãe.— Sabes que sim.Ficou em pé, observando-a a afastar-se, com as mãos enfiadas nos bolsosdas calças <strong>de</strong>formadas e o cabelo batido pelo sol, lembrando a lã <strong>de</strong> cardo.Eram 5h30 e Alice estava a tomar um banho quente <strong>de</strong> imersão, quandoPeter se assomou à porta da casa-<strong>de</strong>-banho. Viu-o primeiro reflectido nasuperfície embaciada do espalho, virando então a cabeça para lhe sorrir. Eletrazia uma garrafa <strong>de</strong> champanhe e dois copos.— Acho que vou para o pé <strong>de</strong> ti — disse-lhe, com um gran<strong>de</strong> sorriso.Pete <strong>de</strong>sabotoou a camisa e <strong>de</strong>pois tirou o cinto e as calças <strong>de</strong> ganga.Tinha a pele morena, cor <strong>de</strong> azeitona, e o ventre liso. Alice ficou a observá-lo,reparando-lhe no movimento dos músculos nos braços e nas costas.Parecia estar limpo, inclusive nas mãos e nas unhas, o que não era habitualquando regressava do trabalho no estúdio.39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!