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Untitled - Saída de Emergência

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As pare<strong>de</strong>s do átrio da Sullavanco estavam repletas <strong>de</strong> imagens das primeiraspáginas dos jornais da empresa, reproduzidas em bronze, a par <strong>de</strong>ecrãs com a transmissão dos seus programas <strong>de</strong> televisão em todo o mundo.Por <strong>de</strong>trás do balcão <strong>de</strong> recepção <strong>de</strong> formas curvilíneas em ma<strong>de</strong>ira polida,estavam três recepcionistas, todas com sorrisos idênticos.— A Direcção Polar? Queira subir ao quinto piso. O elevador fica mesmoatrás <strong>de</strong> si.O elevador era daqueles que estavam instalados no exterior das pare<strong>de</strong>sdos edifícios e que <strong>de</strong>slizavam através <strong>de</strong> um tubo em vidro, o que habitualmentelhe causava vertigens. Ao sair no corredor do quinto piso, a alcatifapareceu crescer na sua direcção e ela teve <strong>de</strong> apoiar a mão na pare<strong>de</strong>.Encontrou a recepcionista da Direcção Polar sentada a uma secretária,com o mesmo aspecto luxuoso e as formas curvilíneas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira polida.Na extremida<strong>de</strong> havia um arranjo <strong>de</strong> flores, num tom <strong>de</strong> laranja quente, quea fez recordar-se <strong>de</strong> Margaret.— O dr. Shoesmith não vai <strong>de</strong>morar — informou ela.Enquanto Alice aguardava, uma secretária trouxe-lhe uma chávena <strong>de</strong>café. Tudo tinha um ar tão sóbrio, mas distintamente sofisticado, que lhedava vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sorrir. Nada po<strong>de</strong>ria ser mais diferente da <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>naçãotumultuosa do Departamento <strong>de</strong> Geologia, ou <strong>de</strong> qualquer outro organismoque já conhecera. Se fosse a guiar-se pela Direcção Polar, a estação <strong>de</strong>Kandahar <strong>de</strong>via estar apetrechada com uma piscina interior e uma manicuraresi<strong>de</strong>nte.O dr. Richard Shoesmith acabou por a fazer esperar – ao todo vinteminutos. Quando este lhe apareceu finalmente, vindo do seu gabinete, Aliceviu à sua frente um homem bem constituído, com talvez mais <strong>de</strong>z anos queela. Era bastante atraente, mas notava-se-lhe a sombra <strong>de</strong> uma rugas verticais,gravadas entre as sobrancelhas que sobressaíam na pele curtida pelotempo. Ao apertarem as mãos, ele envolveu completamente a mão <strong>de</strong> Alicena sua. Parecia estar em boa forma física e ligeiramente <strong>de</strong>slocado no meiodas instalações sumptuosas <strong>de</strong> Sullavan.— As minhas <strong>de</strong>sculpas, dra. Peel. Estive a falar com os franceses.Como será do seu conhecimento, eles <strong>de</strong>senvolvem no Sul um programacompleto <strong>de</strong> investigação. A Antárctida tem as suas políticas, tal como existempolíticas em qualquer parte do mundo, <strong>de</strong> resto.— Claro — concordou Alice, com um sorriso.Sentaram-se, Shoesmith por <strong>de</strong>trás da sua secretária e Alice <strong>de</strong> um doslados, numa ca<strong>de</strong>ira ligeiramente mais baixa.— Não tem experiência antece<strong>de</strong>nte na Antárctida — começou ele.— Nenhuma — respon<strong>de</strong>u ela, com firmeza.O seu interlocutor olhava para um conjunto <strong>de</strong> papéis metodicamen-77

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