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Untitled - Saída de Emergência

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sobrepor-se à algazarra da música. O passado ficara para trás, o futuro erauma incógnita e o presente resumia-se apenas a esta margem estreita e momentâneaentre o sentimento e o <strong>de</strong>sejo. Suspeitava que a sua luci<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>sempre o seu melhor trunfo, a abandonava <strong>de</strong> modo inexplicável.E chegara a hora <strong>de</strong> ir para casa. Tinha recebido uma mão cheia <strong>de</strong>presentes simbólicos com <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> boa sorte, e entre eles muitos ursos polares,ainda que os verda<strong>de</strong>iros ursos polares mais próximos da Antárctidavivessem no Árctico.Becky beijou-a, segurando-lhe por momentos a cara entre as mãos.— Regressa <strong>de</strong>pressa, Rainha do Gelo, ouviste?Agora que o momento tinha chegado, parecia que ele se iria prolongarpara todo o sempre. Alice sorriu o mais confiantemente que pô<strong>de</strong>. — Serãoseis meses, ou sete, no máximo. Vou estar <strong>de</strong> volta, mesmo antes <strong>de</strong> darempela minha falta.Jo e Harry estavam à entrada, com a luz a projectar-se para lá do pórtico,no meio da escuridão. A casa estava repleta do calor e das gargalhadas da noite.Alice sentia-se prestes a abandonar um círculo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e <strong>de</strong> intimida<strong>de</strong>.Jo <strong>de</strong>u-lhe também um beijo.— Que passes uns tempos maravilhosos e emocionantes. — Estavacom inveja. Alice conseguia entendê-lo. Jo gostaria também <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ir,mas encontrava-se presa à sua casa, por causa dos bebés e <strong>de</strong> Harry. Seráque eu gostaria <strong>de</strong> trocar <strong>de</strong> posição? Pensava ela. Sim, concluiu, ao pensarno cenário <strong>de</strong>solador da sua própria casa já vazia, à excepção dos últimoscaixotes arrumados à entrada, mas ainda assim com Pete junto <strong>de</strong>la, comose os seus problemas nunca tivessem existido.— Boa sorte, Al. — Jo, Becky, Harry e Vijay estavam ali a <strong>de</strong>spedir-se.Alice olhou para trás, para aquela cena, e arquivou-a no seu pensamento.— O Pete acompanha-me a casa — disse-lhes e todos assentiram coma cabeça, acenando-lhe e compreen<strong>de</strong>ndo perfeitamente.Foram no carro <strong>de</strong> Alice, com esta ao volante, mas ele saiu do carroassim que chegaram, para lhe abrir a porta. Seguiu-a pelo carreiro familiar,tirou-lhe as chaves da mão e abriu também a porta <strong>de</strong> frente. Ficaram hesitantes,ligeiramente virados um para o outro, e Pete ergueu-lhe o rosto nadirecção do seu. — Como <strong>de</strong>sejava que me <strong>de</strong>ixasses dizer quanto estou arrependido.— Po<strong>de</strong>s dizê-lo. — A voz embargara-se na garganta.— Desejava que me <strong>de</strong>ixasses mostrar-te o quanto estou arrependido.Alice ergueu a mão. Pretendia fazer um gesto <strong>de</strong> dissuasão, mas os<strong>de</strong>dos pareciam <strong>de</strong>rreter-se. Resvalaram sobre o <strong>de</strong>cote da blusa, que lheparecia apertá-la <strong>de</strong>masiado como ali só lhe coubessem os seios, e <strong>de</strong>pois<strong>de</strong>ixou-os <strong>de</strong>scair sobre o ventre. Parecia que na sua pele se <strong>de</strong>senvolvera92

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