Untitled - SaÃda de EmergÃªncia

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xe, com óleo e guano, que se depositava nas roupas e no cabelo, e até na pelede quem se aventurasse a chegar mais próximo. Numa noite, na base, apóster passado um dia a trabalhar na colónia, Laure enterrara a face nas luvase exclamara ‘Parfum de pingouin’ com tanto prazer, como se se tratasse doChannel Nº 5. Ela adorava tudo quanto se relacionasse com os pinguins eRook simpatizava com ela por isso. Tinha bastante dificuldade em distinguiras especialidades dos outros cientistas. Em especial a de Shoesmith.Era o homem mais frio que já conhecera. Costumava sentar-se em frenteaos seus papéis, com um ar tão impassível como se tivesse sido esculpidoem cera.Rook levou a mochila de Laure até a poucos metros da extremidade dacolónia e onde um morro de neve lhes oferecia um pequeno local de visãoprivilegiada. Sentia prazer em ajudá-la, mas também gostava de observar ospinguins. Havia ali um completo universo de avidez e de ambição, de dedicaçãoe determinação, a preencher toda aquela faixa de rocha nos confinsdo mundo.Enquanto os observava, uma das aves voltou as costas ao ninho habituale, no mesmo instante, dois rivais roubaram cada um a sua pedra etransportaram-na para os ninhos ali ao lado. O dono original virou-se e agitou-sefreneticamente num movimento ameaçador, dirigido a cada uma dasdirecções com o bico aberto de raiva. Rook reparou então em três aves, aparentementesem companheiro, que marchavam ao longo da neve para vir investigar.Avançaram sem medo, até junto das pontas das suas botas, e depoisficaram ali imóveis, com as barbatanas ligeiramente abertas. Colocaram ascabeças de lado, a observá-lo com os olhos rodeados de círculos brancos,fitando-o sem pestanejar. Passado um minuto, um dos pinguins mergulhouà sua frente como se o esforço da curiosidade o tivesse deixado exausto.Laure e Jochen retiraram o equipamento dos sacos. Na fase actual, asua tarefa consistia em sinalizar os locais dos ninhos e em marcar algumasdas aves com uma anilha. Mais para a frente da estação, quando as crias játivessem chocado os ovos e estivessem bem, Laure iria retirar amostras daspenas e do sangue para se efectuarem análises ao DNA, em Paris. De acordocom o que Rook se apercebera, um dos seus estudos relacionava-se com aquantidade de metais pesados e de elementos tóxicos que se depositavamna penugem das aves. A acumulação anual dos agentes poluidores poderiaassim ser medida e fornecer um bio-indicador preciso sobre os novos níveisde poluição no subcontinente.Era esse o aspecto essencial do que ela lhe contara, numa noite, ao jantar,no seu inglês perfeito. Ao contrário do que esperaria, ele escutara-a interessado.Para realçar algo relativo ao comportamento dos pinguins, que aintrigava particularmente, ela pousara levemente a mão no seu braço.72
Parecia ter-se já estabelecido que todos tinham um lugar certo àmesa, pelo que Laure se sentava sempre à sua direita e Phil à sua esquerda.Shoesmith, naturalmente, ocupava o lugar da presidência.Laure levava a rede na mão. Descreveu um círculo silencioso ao longodos ninhos das aves que já tinha assinalado, e a seguir acercou-se habilmentede um dos pinguins, sentado tranquilamente de costas viradas para ela. Assimque o apanhou com a rede, enfiou-lhe um capuz na cabeça. A extinção da luzdo dia persuadia-o a permanecer imóvel, conforme ela já explicara a Rook,o que lhe possibilitava colocar a anilha na perna ou introduzir um microshipnuma barbatana. No seu papel de assistente zeloso, Jochen seguiu atrás dela,e os dois penetraram mais intensamente no universo dos pinguins.Rooker teria desejado permanecer ali durante mais algum tempo aobservar as aves, mas tinha à sua espera o navio e a recém-chegada. Eraevidente que Russ ou o próprio Shoesmith poderiam fazer a viagem noZodiac, só que enquanto este último era indulgente com os outros membrosda expedição, em relação a Rooker parecia esperar que este fizesse tudosob a alçada das suas responsabilidades, sem o apoio de qualquer um dosoutros. Por isso, e após confirmar com Jochen se a comunicação via rádioestava em condições, deixou-os entregues ao seu trabalho.Ao chegar ao cimo do cabo, Rooker avistou o navio de abastecimentojá a despontar junto à entrada da baía. Tratava-se apenas de um pequenocargueiro, dotado de uma proa alta e desgraciosa e de uma ponte de comandoatarracada, mas estabelecia um contraste enorme com a água escura e ospenhascos ponteados de branco. A cabina e as luzes dos mastros proporcionavamum cenário de luz àquele vazio imenso.O mar estava a ficar picado devido ao vento, com o gelo a revolver-sedevido à ondulação. Não iria ser fácil fazer a viagem com o pneumático. Eramuito mais fácil se o navio se aproximasse mais da costa, só que a água dabaía era pouco profunda. Esse fora um dos motivos que tinha levado os britânicosa abandonar Kandahar. Durante a estação do Verão não havia águasprofundas para o desembarque, e no Inverno o mar gelava e a base ficavainacessível a qualquer barco.Ou fazia a viagem nesse mesmo instante, pensava Rook, ou a recémchegadateria de permanecer no navio até passar a tempestade.Ao passar junto à cabina de rádio-transmissão, numa das extremidadesdas instalações do laboratório, ouviu a voz de Niki.— MV Polar Star, MV Polar Star, aqui estação de Kandahar. Estão emescuta? Over.A voz monocórdica do operador da rádio do navio respondia-lhe numsom surdo. Rook aguardou até Niki retirar os auscultadores e fazer-lhe umsinal afirmativo com o polegar.73
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ficar para o dia seguinte, o que eq
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Ele não sabia onde iria estar quan
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— Edith, não percebo porque est
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alcance do outro. A seguir enfrento
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para o mandar suturar. Chegou a ter
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