12.07.2015 Views

Untitled - Saída de Emergência

Untitled - Saída de Emergência

Untitled - Saída de Emergência

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

um milhão <strong>de</strong> centros nervosos.Porque não? Pensava ela.Porque não só uma vez mais, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tantas outras vezes?— Em <strong>de</strong>spedida? — murmurou.Pelos olhos <strong>de</strong>le passou um clarão <strong>de</strong> triunfo, que se extinguiu no mesmomomento. Mas estás enganado, o triunfo é verda<strong>de</strong>iramente meu, pensouela.— Se é isso o que realmente preten<strong>de</strong>s dizer — respon<strong>de</strong>u ele.Seguiu-a para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa e fechou a porta atrás <strong>de</strong> si.No quarto, as prateleiras, o tampo da cómoda as mesinhas <strong>de</strong> cabeceira,tudo se encontrava vazio. Os sacos <strong>de</strong> viagem <strong>de</strong> Alice, com a ban<strong>de</strong>ira eo logótipo, estavam encostados à pare<strong>de</strong>.Pete <strong>de</strong>slizou com as mãos no seu corpo, acariciando-lhe os seios, epuxando-lhe os quadris <strong>de</strong> encontro aos seus. — Estás diferente. Estás maisencantadora — murmurava ele.Estarei? Nem eu mesma me consigo reconhecer, pensou ela.Mas o seu corpo recordava bem aquele movimento íntimo, que agorase intensificava ainda mais. As relações sexuais entre os dois tinham sidosempre emotivas, activas e quase invariavelmente satisfatórias, mas nessanoite foram muito mais longe do que isso. Na ausência da intimida<strong>de</strong> e daverda<strong>de</strong>, ambos estavam expostos e insaciáveis.Mais tar<strong>de</strong>, Pete <strong>de</strong>scansou a cabeça contra o seu coração, escutando--lhe o seu batimento. Ela apoiava-lhe levemente a mão na cabeça. Sentiu osseus membros a tornarem-se cada vez mais pesados, enquanto ele adormecialentamente.Obtive exactamente aquilo que queria, pensava ela, sem medir se issoo iria afectar ou não.Nunca lhe passara pela cabeça a noção <strong>de</strong> vingança e não era isso o quesentia, mas havia ali alguma simetria.Fechou os olhos e pensou na longa viagem à sua frente e no gelo que aaguardava no seu final.De manhã, Pete sentou-se na cozinha a tomar chá e a observá-la. Alicefazia torradas com o que restara do pão <strong>de</strong> forma, tirando a seguir as migalhasda caixa do pão e limpando o seu interior com um pedaço <strong>de</strong> papeldo rolo <strong>de</strong> cozinha. Iria passar essa noite, a sua última noite em Oxford, emBoars Hill, com Margaret e Trevor.— Posso retirar o teu prato?Ele olhou para Alice e esta <strong>de</strong>volveu-lhe o olhar com firmeza.— Vais para tão longe por minha causa? — perguntou ele.Ela sorriu. — Não, Pete. Vou por minha causa. E em parte por causa<strong>de</strong> Margaret.93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!