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A viola e seus sons. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

incr<strong>em</strong>ento do uso <strong>da</strong> viola de maneira a evidenciá-la, <strong>em</strong> obras para viola solo, concertos e<br />

sonatas, além de importantes participações naquelas compostas para formações<br />

camerísticas, como trios, quartetos, quintetos etc., foi resultado, entre outros, <strong>da</strong> busca por<br />

diferenciação de sonori<strong>da</strong>des. Até então, a potenciali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> viola era obscureci<strong>da</strong> pelo uso<br />

predominante do violino como instrumento solista e, por conseguinte, como padrão<br />

dominante de som. Essa forte referência fazia com que a viola fosse habitualmente<br />

compara<strong>da</strong> com o violino e, como resultado, quase s<strong>em</strong>pre preteri<strong>da</strong>, o que não favorecia a<br />

apreciação <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de de atributos que a distingue dos d<strong>em</strong>ais instrumentos <strong>da</strong> família <strong>da</strong>s<br />

cor<strong>da</strong>s.<br />

Na história <strong>da</strong> música, o desenvolvimento de uma escrita rica <strong>em</strong> aspectos<br />

idiomáticos está relacionado, entre outros, à exploração <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des sonoras de ca<strong>da</strong><br />

instrumento. No caso <strong>da</strong> viola, a evolução e a consoli<strong>da</strong>ção desse tipo de escrita deram-se<br />

mais recent<strong>em</strong>ente, <strong>em</strong> comparação com o que sucedeu ao violino e ao violoncelo.<br />

Contudo, já antes do Romantismo há ex<strong>em</strong>plos de exploração consciente de sonori<strong>da</strong>des<br />

específicas <strong>da</strong> viola. Foi <strong>em</strong> grande parte na escrita orquestral e, principalmente, na música<br />

de câmara que se deu uma constante evolução no que se refere à criação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de do<br />

instrumento. Na obra camerística de Haydn e Beethoven, percebe-se uma escrita mais<br />

elabora<strong>da</strong> para a viola, principalmente pelo incr<strong>em</strong>ento de pensamento motívico, cuja<br />

realização passou a ser distribuí<strong>da</strong> de maneira mais equitativa entre to<strong>da</strong>s as vozes. Apesar<br />

desse notável desenvolvimento, acreditamos que os Quintetos para cor<strong>da</strong>s 18 de Mozart<br />

sejam um marco ain<strong>da</strong> mais significativo na história <strong>da</strong> viola, à qual o compositor conferiu<br />

papel de destaque, explorando <strong>em</strong> vários momentos a sonori<strong>da</strong>de de sua quarta cor<strong>da</strong>.<br />

O apreço de certos compositores pelos graves <strong>da</strong> viola, particularmente pela<br />

sonori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> quarta cor<strong>da</strong>, é fator <strong>da</strong> maior importância na história desse instrumento. A<br />

sonori<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> Dó, <strong>em</strong> grande parte, foi o caminho pelo qual o instrumento se<br />

afirmou <strong>em</strong> algo que t<strong>em</strong> de exclusivo, <strong>em</strong> algo com o que não pode ser confrontado com<br />

o violino. Ligeti (2001: i, tradução nossa), ao comparar a viola com o violino, coloca que,<br />

[...] os dois instrumentos são mundos distintos. Ambos têm três cor<strong>da</strong>s <strong>em</strong> comum,<br />

a Lá, a Ré e a Sol. A natureza agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> cor<strong>da</strong> Mi <strong>em</strong>presta ao violino uma<br />

luminosi<strong>da</strong>de poderosa, além de uma sonori<strong>da</strong>de metálica penetrante, ausente na<br />

viola. O violino lidera, a viola permanece na sombra. Por outro lado, os graves <strong>da</strong><br />

17 Neste estudo, adota-se acepção corrent<strong>em</strong>ente aceita de Romantismo musical, entendido como um<br />

período <strong>da</strong> história <strong>da</strong> música ocidental que se estendeu do início do século XIX ao começo do século<br />

XX.<br />

18 Quintetos para dois violinos, duas violas e violoncelo, K174, K515, K516, K516b, K593 e K614.<br />

100 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus

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