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Coerência sintática na Quarta sonatina para piano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />
Com relação ao terceiro procedimento (hierarquização por encapsulamento),<br />
pud<strong>em</strong>os observar que a conexão entre as sonori<strong>da</strong>des se dá abun<strong>da</strong>nt<strong>em</strong>ente através de<br />
relações de encapsulamento, uma vez que, com exceção <strong>da</strong> seção a3, praticamente todo o<br />
movimento é conduzido pela conexão entre as sonori<strong>da</strong>des [0247] e [02479], como<br />
pod<strong>em</strong>os verificar na Tab. 6. Essas sonori<strong>da</strong>des se relacionam entre si por pertinência:<br />
[0247] é subconjunto de [02479]. Na Tab. 6, observamos que <strong>da</strong>s 21 progressões, 20 são<br />
regula<strong>da</strong>s pelo princípio do encapsulamento. Portanto, neste movimento, praticamente<br />
to<strong>da</strong>s as sonori<strong>da</strong>des estão conecta<strong>da</strong>s entre si por relações de pertinência, somando um<br />
percentual de 95,23% <strong>da</strong>s progressões.<br />
62<br />
Tab. 7: Perfil sintático e progressões. Siqueira, Quarta sonatina para piano, I.<br />
Através <strong>da</strong> aplicação dos três procedimentos metodológicos propostos neste<br />
trabalho - hierarquização quantitativa, identificação de conexões parcimoniosas e<br />
hierarquização por encapsulamento - delineamos um perfil do primeiro movimento <strong>da</strong><br />
Quarta sonatina, onde se verifica uma maior ocorrência de progressão Normal. Nesse<br />
movimento há pre<strong>em</strong>inência <strong>da</strong> sonori<strong>da</strong>de pentatônica do Tipo A ([02479]), <strong>em</strong> duas<br />
formas normais diferentes (57902 e 79B24), segui<strong>da</strong>s pela sonori<strong>da</strong>de do Tipo B ([0247]),<br />
que são sonori<strong>da</strong>des não triádicas, o que é suficiente para conferir, de um modo geral, o<br />
caráter trimo<strong>da</strong>l e consequent<strong>em</strong>ente, o não-tonalismo do movimento. Observa-se ain<strong>da</strong><br />
que o movimento é predominant<strong>em</strong>ente estático do ponto de vista harmônico, <strong>em</strong> virtude<br />
de um ostinato que dá sustentabili<strong>da</strong>de ao discurso. Essa estase harmônica está<br />
representa<strong>da</strong> pela grande quanti<strong>da</strong>de de relações de pertinência encontra<strong>da</strong>s no movimento<br />
(95,23%), mais especificamente entre as duas sonori<strong>da</strong>des [0247] e [02479], (17 vezes, o<br />
que representa 80,95% <strong>da</strong>s relações). No trecho onde esse ostinato é interrompido (a3),<br />
observa-se (Fig. 6) o uso de conexões parcimoniosas (segundo procedimento metodológico).<br />
A parcimônia foi utiliza<strong>da</strong> nesse trecho isolado, para garantir coerência de movimento entre as<br />
sonori<strong>da</strong>des diatônicas, distancia<strong>da</strong>s de um contexto funcional consistente.<br />
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus