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A rabeca de Vil<strong>em</strong>ão Trin<strong>da</strong>de <strong>em</strong> Mario de Andrade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

que a riqueza deste material será mais claramente d<strong>em</strong>onstra<strong>da</strong> através <strong>da</strong> experiência<br />

instrumental, o que permitiria a identificação dos possíveis padrões acústicos mocionais,<br />

como definidos por John Baily (1977) <strong>em</strong> Mov<strong>em</strong>ent Patterns in Playing the Herati Dutar.<br />

As rabecas brasileiras são instrumentos bastante diversificados quanto à forma do<br />

corpo e do arco, o número de cor<strong>da</strong>s e a afinação (GRAMANI, 2002). Explorar estas<br />

variações na execução do repertório apresentado neste estudo pode revelar a descoberta<br />

de uma ampla diversi<strong>da</strong>de de possibili<strong>da</strong>des musicais.<br />

No registro <strong>da</strong>s melodias forneci<strong>da</strong>s por Vil<strong>em</strong>ão, Mário de Andrade utilizou a<br />

notação musical convencional <strong>em</strong> partituras, que sugere uma execução regra<strong>da</strong> pela fórmula<br />

de compasso. Sandroni (2008) já argumenta sobre a impraticabili<strong>da</strong>de de se analisar a<br />

estética e a história <strong>da</strong> música popular a partir <strong>da</strong>s partituras; o ideal seria o estudo do<br />

resultado fonográfico <strong>da</strong> performance musical. Porém, na ausência deste para o material <strong>da</strong><br />

presente pesquisa, a prática musical com a finali<strong>da</strong>de de revelar padrões acústicos<br />

mocionais, segundo o paradigma do tresillo (SANDRONI, 2008), parece constituir uma<br />

alternativa razoável. A <strong>da</strong>nça de maior abundância no Bumba-meu-Boi, o Baiano,<br />

possivelmente soará mais característica pela execução de seu ritmo segundo este<br />

paradigma, onde a concepção do compasso é substituí<strong>da</strong> pela de ritmos aditivos (Cf. Fig. 1).<br />

O documento que traz as melodias forneci<strong>da</strong>s por Vil<strong>em</strong>ão aponta como coinformante<br />

o cantador/violeiro João Sardinha. A questão de se especificar qu<strong>em</strong> teria<br />

informado quais melodias exatamente aponta, neste estudo, para o rabequeiro a sua grande<br />

maioria. Das 29 melodias <strong>em</strong> questão, 24 são “Baianos” instrumentais que como exposto<br />

anteriormente se mostraram muito idiomáticos na rabeca. Das cinco restantes, somente o<br />

“Lamento de Mateus” foi informado certamente por João Sardinha, como atesta Mário de<br />

Andrade (1959: 11) na “Psicologia” deste cantador, com as outras permanecendo uma<br />

incógnita.<br />

O presente estudo foi de caráter duplo: <strong>em</strong> primeiro lugar, detectou no vasto<br />

material coletado por Mário de Andrade <strong>em</strong> sua viag<strong>em</strong> ao nordeste brasileiro, entre os<br />

anos 1928-29, as informações sobre a rabeca e sua música. A importância <strong>da</strong> consulta aos<br />

manuscritos originais foi central para o entendimento <strong>da</strong>s variações, por ex<strong>em</strong>plo, que<br />

Mário comenta na prática instrumental de Vil<strong>em</strong>ão: “As peças dêle foram toma<strong>da</strong>s com<br />

bastante dificul<strong>da</strong>de. Vil<strong>em</strong>ão as variava <strong>em</strong> extr<strong>em</strong>o nos enfeites e era de ritmo bastante<br />

divagativo <strong>em</strong>bora b<strong>em</strong> batido nas <strong>da</strong>nças” (ANDRADE, 1959: 11). Como <strong>em</strong> Danças<br />

dramáticas... foram publica<strong>da</strong>s as versões definitivas, ficaram de fora ex<strong>em</strong>plos <strong>da</strong> tentativa de<br />

Mário <strong>em</strong> passar esta música varia<strong>da</strong> para o papel, justamente informações ricas sobre a<br />

prática instrumental, que, a fim de incorporar a linguag<strong>em</strong> do instrumento, deve estar<br />

basea<strong>da</strong> não somente nas partituras, mas incorporar estas variações no contexto <strong>da</strong> música<br />

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