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Coerência sintática na Quarta sonatina para piano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

Conclusão<br />

A partir <strong>da</strong> análise dos três movimentos <strong>da</strong> Quarta sonatina para piano, e através <strong>da</strong><br />

aplicação de três procedimentos metodológicos (Hierarquização Quantitativa, Identificação<br />

de Conexões Parcimoniosas e Relação de Encapsulamento), foi possível delinear traços<br />

distintos do discurso trimo<strong>da</strong>l de José Siqueira. O primeiro deles é que Siqueira não<br />

desenvolve um discurso harmônico linear, e sim seccionado. Há trechos claramente tonais,<br />

outros trimo<strong>da</strong>is, e outros ain<strong>da</strong> ambíguos, caracterizados pela mistura de tonalismo e<br />

trimo<strong>da</strong>lismo. O primeiro movimento t<strong>em</strong> como sonori<strong>da</strong>de principal o pentacorde<br />

[02479], a pentatônica, mas o segundo e o terceiro movimentos têm como sonori<strong>da</strong>des<br />

principais tríades maiores e menores, e uma presença significante de acordes tipicamente<br />

tonais no seu escopo de sonori<strong>da</strong>des, o que gera uma busca auditiva por sintaxe tonal;<br />

porém esses ciclos são interrompidos por trechos trimo<strong>da</strong>is e marcados pelo uso de<br />

acordes não triádicos. A ambigui<strong>da</strong>de harmônica também se constitui uma característica<br />

composicional de José Siqueira nesta obra, cumprindo um dos princípios do trimo<strong>da</strong>lismo,<br />

que é manter o senso de melodias mo<strong>da</strong>is, que são acompanha<strong>da</strong>s por uma harmonia<br />

diferencia<strong>da</strong>, seja pelo uso de acordes trimo<strong>da</strong>is (formados pela sobreposição de 2 as , 4 as e<br />

5 as ), pelo <strong>em</strong>pilhamento de tríades tonais (espécie de politonalismo), ou pelo acréscimo de<br />

notas estranhas e díades trimo<strong>da</strong>is a acordes tipicamente tonais, gerando atonalismo.<br />

Segundo o procedimento <strong>da</strong> Hierarquização Quantitativa, observamos que o<br />

primeiro movimento possui um perfil sintático s<strong>em</strong>elhante ao perfil sintático tonal, onde a<br />

maioria <strong>da</strong>s progressões são Normais (66,67%), que, soma<strong>da</strong>s às Elisões, totalizam 75% de<br />

progressões <strong>em</strong> direção às sonori<strong>da</strong>des do Tipo A. O segundo e terceiro movimentos<br />

possu<strong>em</strong> um percentual pequeno de progressões Normais (6,97% e 18,42%,<br />

respectivamente), mas o somatório de progressões <strong>em</strong> direção às sonori<strong>da</strong>des do Tipo A<br />

<strong>em</strong> ambos os movimentos é superior (53,49% e 61,84%, respectivamente). Uma<br />

característica peculiar do terceiro movimento é que não foi constata<strong>da</strong> a presença de<br />

Repetições.<br />

Segundo o procedimento <strong>da</strong> Relação de Encapsulamento, observamos que este se<br />

constitui uma recorrente ferramenta de conexão entre os acordes. Em todos os<br />

movimentos a presença de relações de inclusão ultrapassa os 50%. No primeiro<br />

movimento, são 95,23%, no segundo movimento são 67,24%, e no terceiro movimento são<br />

50,51%.<br />

Segundo o terceiro procedimento, Identificação de Conexões Parcimoniosas,<br />

observamos que no primeiro movimento a presença de conexões parcimoniosas se resume<br />

a quatro acordes <strong>em</strong> a2, e no terceiro este procedimento foi verificado <strong>em</strong> apenas 14,56%<br />

<strong>da</strong>s 103 conexões entre acordes. No segundo movimento é onde observamos maior<br />

86<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus

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