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A viola e seus sons. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

Colabora para o entendimento <strong>da</strong> estruturação formal atentar para as proporções<br />

do projeto original, que, ao refletir<strong>em</strong> uma hierarquia entre eventos preestabeleci<strong>da</strong> pelo<br />

compositor, determinam escala de importância que continua a exercer funções estruturais<br />

na formatação dramática <strong>da</strong> obra. As cita<strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças no número de UT tiveram como<br />

propósito enfatizar eventos expressivos pontuados pelas proporções áureas do projeto<br />

inicial.<br />

As seções do primeiro movimento correspond<strong>em</strong> a áreas de comportamento<br />

preenchi<strong>da</strong>s por texturas historicamente consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s e comumente associa<strong>da</strong>s ao gênero<br />

concerto para solista e orquestra. Encontram-se <strong>em</strong>oldurados segmentos, que<br />

correspond<strong>em</strong> a tutti, instrumento solista com orquestra e instrumento solista s<strong>em</strong><br />

acompanhamento. É significativa, porém, a maneira com que o compositor, principalmente<br />

no primeiro movimento, trabalha o material <strong>da</strong> orquestra, colocando-o <strong>em</strong> marcante<br />

oposição ao solista. Em alguns trechos, nota-se uma escrita que dificulta a projeção <strong>da</strong> voz<br />

<strong>da</strong> viola, por causa <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de de textura e ativi<strong>da</strong>de rítmica mais intensa do<br />

acompanhamento, além dos instrumentos <strong>da</strong> orquestra executar<strong>em</strong> uníssonos com o<br />

solista (por ex<strong>em</strong>plo, a clarineta, no ex<strong>em</strong>plo <strong>da</strong> Fig. 2, nos comp. 120 e 121). Esse último<br />

fato mescla o timbre <strong>da</strong> viola com sonori<strong>da</strong>des <strong>da</strong> orquestra. Consequent<strong>em</strong>ente, o solista<br />

é ouvido de maneira menos evidente. Assim, é estabeleci<strong>da</strong> a noção, coloca<strong>da</strong> pelo<br />

compositor, de conflito, de uma “luta invencível” entre viola e orquestra (BORGES-<br />

CUNHA, 2008).<br />

Formatação dramática geral<br />

Ao <strong>em</strong>pregar a expressão “formatação dramática” para denominar um dos<br />

objetivos <strong>da</strong> fase pré-composicional de elaboração de uma obra, Borges-Cunha refere-se à<br />

busca por controle do aspecto t<strong>em</strong>po, no que esse se relaciona com a percepção do<br />

ouvinte, uma busca, assim, pela manipulação do aspecto psicológico 9 do t<strong>em</strong>po. O<br />

compositor afirma que, ao li<strong>da</strong>r com o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> música, procura atuar sobre a dimensão<br />

<strong>em</strong> que as coisas acontec<strong>em</strong>, mu<strong>da</strong>m, se transformam, de maneira a conduzir a atenção do<br />

ouvinte, por meio <strong>da</strong> criação de expectativas, que serão satisfeitas ou frustra<strong>da</strong>s, mediante o<br />

inesperado ou a surpresa (informação verbal, 2008). O material sonoro é trabalhado com o<br />

objetivo de criar ambientes de dúvi<strong>da</strong> e incerteza, que levam a estados de ansie<strong>da</strong>de de<br />

várias espécies e diferentes graus de intensi<strong>da</strong>de.<br />

9 Termo equivalente à expressão “t<strong>em</strong>po subjetivo”, no qual as durações pod<strong>em</strong> ser percebi<strong>da</strong>s de<br />

forma distorci<strong>da</strong> <strong>em</strong> relação ao t<strong>em</strong>po absoluto (Cf. KRAMER, 1988: 326-328).<br />

94<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus

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