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modo Fá lídio (modo II trimo<strong>da</strong>l, com centrici<strong>da</strong>de 9 <strong>em</strong> Fá), escrita na mão direita do piano,<br />
que é acompanha<strong>da</strong> por um ostinato, na mão esquer<strong>da</strong>, formado pelo tetracorde [0247],<br />
como se pode observar na Fig. 5. Consideramos, nesse trecho, que são notas essenciais: Ré,<br />
Fá, Sol, Lá e Dó, na mão direita e Ré, Fá, Sol e Lá, na mão esquer<strong>da</strong>. O Si <strong>da</strong> mão direita dos<br />
segundo e quinto compassos e o Mi <strong>da</strong> mão esquer<strong>da</strong>, durante todo o ostinato, são<br />
considerados notas de passag<strong>em</strong> (p) 10 . O Mi <strong>da</strong> mão direita, do terceiro compasso, é uma<br />
apojatura (ap). Observe-se que, se classificáss<strong>em</strong>os essa sonori<strong>da</strong>de do ostinato tomando<br />
como base to<strong>da</strong>s as notas <strong>da</strong> mão esquer<strong>da</strong>, este seria pertencente à classe [02357]. No<br />
entanto, para defini-la como [0247], tomamos como base três argumentos: (1) a nota Mi na<br />
mão esquer<strong>da</strong> produz uma configuração típica de nota ornamental, podendo ser<br />
considera<strong>da</strong> uma bor<strong>da</strong>dura acentua<strong>da</strong> (Fá-Mi-Fá) ou uma passag<strong>em</strong> acentua<strong>da</strong> (Fá-Mi-Ré);<br />
(2) a classe de nota Mi, é rara no movimento como um todo: só acontece na mão direita,<br />
por ex<strong>em</strong>plo, duas vezes (comp. 3 e 15); (3) a sonori<strong>da</strong>de final do movimento, considera<strong>da</strong>s<br />
ambas as mãos, é um pentacorde [02479], do qual o tetracorde [0247] é um subconjunto.<br />
Esse pentacorde aparece diversas vezes no movimento, quando consideramos a<br />
justaposição de ambas as mãos (observ<strong>em</strong>-se os compassos 1 e 4 <strong>da</strong> Fig. 5), o que nos<br />
sugere, por uma analogia com uma função Tônica no final de um obra tonal, considerar a<br />
importância dessa sonori<strong>da</strong>de no movimento como um todo.<br />
Fig. 4: Linhas melódicas de ca<strong>da</strong> seção. Siqueira, Quarta sonatina para piano, I.<br />
9 O conceito de centrici<strong>da</strong>de se relaciona à percepção de alturas salientes, ou seja, alturas que são<br />
enfatiza<strong>da</strong>s pela repetição, duração substancial, posicionamento nos registros extr<strong>em</strong>os, acentuação e<br />
dinâmica (STRAUS, 2000:114). Por ex<strong>em</strong>plo, nos seis primeiros compassos do terceiro movimento<br />
dos Cinco Movimentos para Quarteto de Cor<strong>da</strong>s, Op. 5, de Webern, a centrici<strong>da</strong>de gira <strong>em</strong> torno do Dó#<br />
do violoncelo.<br />
10 Utilizar<strong>em</strong>os as seguintes abreviaturas para as notas ornamentais: nota de passag<strong>em</strong> (p), apojatura<br />
(ap), bor<strong>da</strong>dura (b) e escapa<strong>da</strong> (e).<br />
opus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57