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transformações que se manifestam <strong>em</strong> várias áreas <strong>da</strong> arte. Textos literários anteriores, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, apresentam a descontinui<strong>da</strong>de no enredo como caso literário de A Vi<strong>da</strong> e as<br />

Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy de Laurence Sterne, publicado <strong>em</strong> 1759. Nesse<br />

sentido, Paulin chega a uma conclusão similar: “[...] a objeção de Weyl-Nissen deve nos<br />

l<strong>em</strong>brar que, mesmo se a justaposição paratática na música pode ser senti<strong>da</strong> como análoga<br />

às sensações familiares ao cin<strong>em</strong>a, essas sensações não precisam ser inerent<strong>em</strong>ente<br />

cin<strong>em</strong>áticas” (PAULIN, 2010: 7).<br />

E, no contexto que estamos avaliando, dev<strong>em</strong>os notar que o uso <strong>da</strong>s palavras<br />

“imaginação” e “capricho” por Vuill<strong>em</strong>oz, ou nas palavras do compositor Luciano Berio <strong>em</strong><br />

“Entrevista sobre a Música” (Intervista sulla Musica, 1981) apontando características<br />

importantes <strong>da</strong> música de Debussy como os “mecanismos espontâneos de associação<br />

mental”, não estão presentes ao acaso:<br />

Debussy, [...] efetivamente inventou um novo t<strong>em</strong>po musical, articulado sobre<br />

repetições, duplicações e retornos, s<strong>em</strong>pre transformados, de el<strong>em</strong>entos breves que<br />

mu<strong>da</strong>m continuamente de funções, que desc<strong>em</strong> a regiões secundárias do discurso<br />

harmônico, e depois <strong>em</strong>erg<strong>em</strong>, tornam-se relevantes e adquir<strong>em</strong> outras funções,<br />

com percursos que parec<strong>em</strong> imitar os mecanismos espontâneos de associação<br />

mental (BERIO, 1981: 40).<br />

As artes, nesse momento, chegam a um ponto de libertação <strong>da</strong>s fórmulas<br />

estabeleci<strong>da</strong>s pela prática comum dos séculos XVII a XIX, principalmente, e assum<strong>em</strong><br />

formas de associação fantásticas, organizações próprias do imaginário. O modernismo não<br />

se apresentou somente nas escalas musicais diferencia<strong>da</strong>s, na valorização de sonori<strong>da</strong>des<br />

pouco próprias ao tonalismo tradicional, mas na criação de uma nova tonali<strong>da</strong>de a partir de<br />

um discurso que passa a ter outros princípios de associação, re-significando el<strong>em</strong>entos já<br />

conhecidos pela tradição. Essa maneira de relacionar os sons musicais se <strong>completa</strong> <strong>em</strong> meio<br />

a um ambiente artístico de sugestões caracteriza<strong>da</strong>s, nesse caso, por uma sutileza francesa:<br />

A geniali<strong>da</strong>de de Debussy foi vir no dia exato <strong>em</strong> que era esperado, de expressar<br />

melhor do que qualquer outro o inconsciente oculto no interior de ca<strong>da</strong> um de nós,<br />

de representar nos seus mais sutis refinamentos uma época <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de francesa<br />

opus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281

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