download da versão impressa completa em pdf - anppom
download da versão impressa completa em pdf - anppom
download da versão impressa completa em pdf - anppom
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A rabeca de Vil<strong>em</strong>ão Trin<strong>da</strong>de <strong>em</strong> Mario de Andrade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />
Fig. 2: Reprodução de dois Baianos (voz intermediária), a partir de Danças dramáticas... (ANDRADE,<br />
1959: 40 e 42), ilustrando os dois padrões de tresillo, pequeno (voz superior) e grande (voz inferior). As<br />
ligaduras indicam ca<strong>da</strong> padrão de tresillo.<br />
Número de cor<strong>da</strong>s e afinação<br />
Gramani (2002) relata uma série de padrões de afinação (5ª-5ª-5ª; 5ª-5ª-4ª; 5ª-4ª-<br />
5ª; 5ª-4ª-3ªM; 4ª5ª-5ª; entre outros) e rabecas com três e quatro cor<strong>da</strong>s, enquanto Murphy<br />
(1997), <strong>em</strong> sua pesquisa de cunho parecido, mas concentra<strong>da</strong> <strong>em</strong> rabecas e rabequeiros no<br />
Estado de Pernambuco, registrou apenas instrumentos de quatro cor<strong>da</strong>s afina<strong>da</strong>s, <strong>em</strong> todos<br />
os casos, <strong>em</strong> 5 as , como no violino. A partir dessas informações, observa-se que dois padrões<br />
ocorr<strong>em</strong>, certamente na região nordeste do Brasil, para as rabecas com quatro cor<strong>da</strong>s: 5ª-<br />
4ª-3ªM e <strong>em</strong> 5 as . Por outro lado, o medievalista Christopher Page <strong>em</strong> seu abrangente estudo<br />
teórico e prático Voices and Instruments of the Middle Ages (1986: 127-128) ressalta a<br />
importância <strong>da</strong> não padronização <strong>da</strong>s afinações nos instrumentos de cor<strong>da</strong> fricciona<strong>da</strong><br />
medievais como a viella e a rubeba - este último, um ancestral direto <strong>da</strong> rabeca - a partir <strong>da</strong>s<br />
descrições de afinação e seu uso, encontra<strong>da</strong>s no tratado de Jerome de Moravia, escrito no<br />
séc. XIII <strong>em</strong> Paris. Page define dois tipos de padrões de afinação: a primeira como<br />
“heterofônica”, que mistura intervalos variados entre 5ª, 4ª ou 3ª, favorecendo o <strong>em</strong>prego<br />
de bordões mo<strong>da</strong>is; a segun<strong>da</strong>, “homofônica”, que utiliza somente os intervalos de 5 as (o<br />
mesmo padrão <strong>em</strong>pregado na família do violino), mais apropria<strong>da</strong> à realização de linhas<br />
melódicas. No caso <strong>da</strong>s músicas informa<strong>da</strong>s por Vil<strong>em</strong>ão Trin<strong>da</strong>de, sua performance com a<br />
rabeca afina<strong>da</strong> no padrão heterofônico mostrou-se bastante eficiente. É necessário,<br />
150 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus