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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .LINEMBURG; FIAMINGHI<br />

executa<strong>da</strong>s como uma espécie de variação do “Baiano” II-1 (o n. 2 no manuscrito MA-<br />

MMA-39-49-50).<br />

Além <strong>da</strong> descrição original manuscrita <strong>da</strong> figura de Vil<strong>em</strong>ão <strong>da</strong> Trin<strong>da</strong>de (ver it<strong>em</strong><br />

3, abaixo), a caixa 159 forneceu citações do rabequeiro como informante de uma quantia<br />

significante de Cocos. Mário de Andrade escreveu <strong>em</strong> frente ao nome de Vil<strong>em</strong>ão como<br />

informante do Coco n. 67, mas o afirma, claramente, dos Coco 68 a 74 (exceto o 69) e<br />

também do intervalo 88 a 95 (MA-MMA-91-55). Infelizmente, durante a primeira visita ao<br />

IEB, o t<strong>em</strong>po para o exame destes documentos não foi suficiente. A consulta futura dos<br />

manuscritos referentes a esses Cocos, no Fundo Pessoal Mário de Andrade, poderá ampliar<br />

significativamente o número de melodias forneci<strong>da</strong>s pelo rabequeiro.<br />

O olhar de Mário de Andrade sobre rabecas e rabequeiros<br />

Em seu Dicionário musical brasileiro (ANDRADE, 1989), Mário de Andrade resume<br />

o termo “rabeca” como sinônimo de violino popular, desconsiderando qualquer informação<br />

a respeito <strong>da</strong> orig<strong>em</strong> do instrumento, enquanto na descrição do verbete “violino” o autor<br />

toma este instrumento como parâmetro para todos os outros similares (FIAMINGHI,<br />

2009). Ele não apresenta características <strong>da</strong> rabeca que permitam vislumbrá-la como um<br />

instrumento de identi<strong>da</strong>de própria, de maneira dissocia<strong>da</strong> do violino. Isto não é<br />

surpreendente, se olharmos para Mário de Andrade como um pesquisador típico do<br />

Modernismo, cujos seguidores utilizaram el<strong>em</strong>entos <strong>da</strong> cultura popular, intencionando o<br />

desenvolvimento de um idioma musical nacional passível de compreensão por uma<br />

socie<strong>da</strong>de internacional culta (FIAMINGHI; PIEDADE, 2009). Deste modo, os instrumentos<br />

tradicionais foram “naturalmente” excluídos, <strong>em</strong>bora se tenha tentado transportar sua<br />

linguag<strong>em</strong> para a orquestra: o foco se deu no ritmo, melodia e forma <strong>da</strong> composição.<br />

Por outro lado, Mário de Andrade nos deixou alguma informação preciosa sobre<br />

a utilização <strong>da</strong> rabeca <strong>em</strong> manifestações populares como o Bumba-meu-Boi. Fiaminghi<br />

(2008) destaca, ain<strong>da</strong>, duas referências significativas às rabecas, além <strong>da</strong>quela conti<strong>da</strong> no<br />

Dicionário. A primeira citação está <strong>em</strong> Os Cocos:<br />

Estou l<strong>em</strong>brando duma noite na zona <strong>da</strong> mata, <strong>em</strong> Pernambuco. Depois dum Bumbameu-Boi<br />

de cinco horas, eu me aproximara dos instrumentistas pra tirar um naco de<br />

conversa. Um deles trazia um violino, feito por ele mesmo, duma sonori<strong>da</strong>de a um<br />

t<strong>em</strong>po tão esganiça<strong>da</strong> e mansa que n<strong>em</strong> sei! E o violinista era compositor também.<br />

Compositor... descritivo! Não vê que compunha baianos e varsas, feito os outros!<br />

Compunha peças características, descrevendo a vi<strong>da</strong> de engenho e sertão. E tocou<br />

opus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

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