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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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Quan<strong>do</strong> a informação finalmente chegou a Brand, ele tinha esqueci<strong>do</strong> <strong>com</strong>pletamente<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> tenente e de suas teorias. Quan<strong>do</strong> recebeu uma lista <strong>com</strong> 17 biografias de<<strong>br</strong> />

17 cidadãos russos e poloneses, to<strong>do</strong>s eles chama<strong>do</strong>s Zebatinsky, seu primeiro pensamento<<strong>br</strong> />

foi: "Que diabo é isso?"<<strong>br</strong> />

Então ele se lem<strong>br</strong>ou, praguejou baixinho e <strong>com</strong>eçou a ler.<<strong>br</strong> />

Começou pelo la<strong>do</strong> americano. Marshall Zebatinsky (impressões digitais) nasceu<<strong>br</strong> />

em Búfalo, Nova York (data e características físicas). Seu pai tinha nasci<strong>do</strong> em Búfalo<<strong>br</strong> />

também, e a mãe em Oswego, Nova York. Seus avós paternos nasceram em Bialystok,<<strong>br</strong> />

Polônia (data de entrada nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, data de cidadania e fotografias).<<strong>br</strong> />

Os 17 cidadãos russos e poloneses chama<strong>do</strong>s Zebatinsky eram to<strong>do</strong>s descendentes<<strong>br</strong> />

de pessoas que, há mais ou menos meio século, tinham vivi<strong>do</strong> em Bailystok ou perto<<strong>br</strong> />

de Bailystok. Aparentemente, podiam ser parentes, mas isso não era especifica<strong>do</strong> em<<strong>br</strong> />

nenhum <strong>do</strong>s casos. (As informações pessoais no Leste europeu, quan<strong>do</strong> havia eram<<strong>br</strong> />

muito imprecisas em consequência da I Guerra Mundial.)<<strong>br</strong> />

Brand folheou as histórias individuais <strong>do</strong>s Zebatinsky, homens e mulheres que restavam<<strong>br</strong> />

(era surpreendente <strong>com</strong>o a Inteligência trabalhava bem; provavelmente os<<strong>br</strong> />

russos tinham o mesmo tipo de perfeccionismo). Ele parou numa delas e sua testa<<strong>br</strong> />

lisa se encheu de rugas ao franzir as so<strong>br</strong>ancelhas. Colocou essa biografia de la<strong>do</strong> e<<strong>br</strong> />

continuou.<<strong>br</strong> />

No fim, ele empilhou to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>ssiês, só deixan<strong>do</strong> aquele de fora.<<strong>br</strong> />

Observan<strong>do</strong> a biografia, ele tamborilou na mesa <strong>com</strong> suas unhas bem cuidadas.<<strong>br</strong> />

Com uma certa relutância, ele foi procurar o Dr. Paul Kristow, da Comissão de<<strong>br</strong> />

Energia Atômica.<<strong>br</strong> />

O Dr. Kristow ouviu a história <strong>com</strong> uma expressão fria. De vez em quan<strong>do</strong> ele levantava<<strong>br</strong> />

o mindinho até seu nariz bulboso, <strong>com</strong>o se fosse tirar um grão de poeira.<<strong>br</strong> />

Seus cabelos grisalhos <strong>com</strong>eçavam a rarear, e eram corta<strong>do</strong>s rente. Mais um pouco e<<strong>br</strong> />

estaria careca.<<strong>br</strong> />

- Não - disse ele. - Nunca ouvi falar de nenhum russo chama<strong>do</strong> Zebatinsky. Também<<strong>br</strong> />

não sei de nenhum Zebatinsky americano.<<strong>br</strong> />

Brand passou as mãos pelas têmporas e disse calmamente:<<strong>br</strong> />

- Não acho que isso seja importante, mas não entrego os pontos facilmente. Há<<strong>br</strong> />

um jovem tenente pegan<strong>do</strong> no meu pé, e você sabe <strong>com</strong>o eles são. Não quero fazer<<strong>br</strong> />

nada que o leve a procurar uma <strong>com</strong>issão <strong>do</strong> Congresso. Além disso, o fato é que um<<strong>br</strong> />

desses camaradas Zebatinsky, o russo Mikhail Andreyevich Zebatinsky, é um físico<<strong>br</strong> />

nuclear. Você tem certeza que nunca ouviu falar dele?<<strong>br</strong> />

- Mikhail Andreyevich Zebatinsky? Não... Não, nunca. Mas prova nada.<<strong>br</strong> />

Poderia dizer que não passa de uma coincidência, mas isso seria fazer pouco caso<<strong>br</strong> />

da situação. Um Zebatinsky aqui e outro lá, ambos físicos nucleares, e o daqui resolveu<<strong>br</strong> />

mudar seu nome de repente para Sebatinsky, e sai muito ansioso por aí. Ele não<<strong>br</strong> />

deixa que ninguém pronuncie seu nome erra<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> isso acontece, ele é enfático<<strong>br</strong> />

ao dizer que seu nome se escreve <strong>com</strong> S. Isso é suficiente para fazer <strong>com</strong> que meu<<strong>br</strong> />

paranoico tenente <strong>com</strong>ece a ver espiões por toda parte. Outra coisa engraçada é que<<strong>br</strong> />

o Zebatinsky russo saiu de cena há mais ou menos um ano.<<strong>br</strong> />

- Executa<strong>do</strong>! - disse o Dr. Kristow, impassível.<<strong>br</strong> />

- Talvez. Naturalmente, eu faria a mesma afirmação, mas os russos não são mais<<strong>br</strong> />

tolos <strong>do</strong> que nós para saírem matan<strong>do</strong> físicos nucleares à toa. Por que, no meio de<<strong>br</strong> />

tanta gente, iria desaparecer exatamente um físico nuclear? Não preciso lhe dizer.<<strong>br</strong> />

- Uma pesquisa ultra-secreta que vazou. Acho que é nisso que você está pensan-

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