isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
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- Quer dizer - ela tentou por um momento separar os pensamentos de suas próprias<<strong>br</strong> />
boas notícias - que pode trazer uma pessoa de uma época histórica para o presente.<<strong>br</strong> />
- É exatamente isso o que quero dizer. Temos um fixa<strong>do</strong>r numa pessoa <strong>do</strong> século<<strong>br</strong> />
XIV, exatamente agora. Imagine. Imagine. Se você soubesse <strong>com</strong>o ficarei feliz em<<strong>br</strong> />
sair da eterna concentração no Mesosóico, trocar os paleontólogos pelos historia<strong>do</strong>res...<<strong>br</strong> />
mas há alguma coisa que você quer me dizer, hein? Bem, vá em frente. Você<<strong>br</strong> />
me encontrou num momento de excelente humor. Terá tu<strong>do</strong> o que quiser.<<strong>br</strong> />
A Srta. Fellowes sorriu.<<strong>br</strong> />
- Estou feliz. Pergunto por que não estabelecer um sistema de instrução para Timmie?<<strong>br</strong> />
- Instrução? Em quê?<<strong>br</strong> />
- Em tu<strong>do</strong>, ora. Uma escola. Em tu<strong>do</strong> que ele pode aprender.<<strong>br</strong> />
- Mas ele pode aprender?<<strong>br</strong> />
- Ele já está aprenden<strong>do</strong>. Ele pode ler. Eu mesma já lhe ensinei muita coisa.<<strong>br</strong> />
Hoskins se sentou, parecen<strong>do</strong> subitamente deprimi<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Não sei, Srta. Fellowes.<<strong>br</strong> />
- Você acabou de dizer que qualquer coisa que lhe pedisse...<<strong>br</strong> />
- Eu sei, e me arrepen<strong>do</strong> disso. Você sabe, Srta. Fellowes, tenho certeza que está<<strong>br</strong> />
a par de que não podemos manter a experiência de Timmie para sempre.<<strong>br</strong> />
Ela o encarou subitamente horrorizada, sem entender exatamente o que ele tinha<<strong>br</strong> />
queri<strong>do</strong> dizer. O que queria dizer <strong>com</strong> "não podemos manter"? <strong>com</strong> um agonizante<<strong>br</strong> />
relâmpago de recordação, ela lem<strong>br</strong>ou-se <strong>do</strong> professor Aderneski e <strong>do</strong> espécimen mineral<<strong>br</strong> />
manda<strong>do</strong> de volta depois de duas semanas.<<strong>br</strong> />
- Mas você está falan<strong>do</strong> a respeito de um garoto - disse. - Não de uma pedra...<<strong>br</strong> />
- Mesmo a um garoto - disse ele, inquieto - não pode ser dada uma importância<<strong>br</strong> />
muito grande, Srta. Fellowes. Agora que esperamos indivíduos <strong>do</strong> tempo histórico,<<strong>br</strong> />
precisaremos de espaço em Stasis, precisaremos de to<strong>do</strong> espaço possível.<<strong>br</strong> />
Ela não entendeu.<<strong>br</strong> />
- Mas você não pode. Timmie... Timmie...<<strong>br</strong> />
- Agora, Srta. Fellowes, por favor, não se desespere. Timmie não irá agora. Talvez<<strong>br</strong> />
isso demore meses. Enquanto isso, faremos tu<strong>do</strong> que estiver ao nosso alcance.<<strong>br</strong> />
Ela ainda o estava encaran<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Deixe-me fazer alguma coisa por você.<<strong>br</strong> />
- Não - sussurrou ela. - Eu não preciso de nada. Ela se levantou <strong>com</strong>o se estivesse<<strong>br</strong> />
num pesadelo e saiu. Timmie, pensou ela, você não morrerá. Você não morrerá.<<strong>br</strong> />
Estava tu<strong>do</strong> muito bem, ficar pensan<strong>do</strong> que Timmie não devia morrer, mas o que<<strong>br</strong> />
ela poderia fazer? Nas primeiras semanas, a Srta. Fellowes agarrou-se apenas à esperança<<strong>br</strong> />
de que a tentativa de trazer um homem <strong>do</strong> século XIV para o presente fracassasse<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>pletamente. A teoria de Hoskins poderia estar errada, ou a tentativa falhar.<<strong>br</strong> />
Então as coisas poderiam continuar <strong>com</strong>o antes.<<strong>br</strong> />
Certamente não era essa a esperança <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e, irracionalmente, a<<strong>br</strong> />
Srta. Fellowes odiou o mun<strong>do</strong> por causa disso. O "Projeto Idade Média" atingiu um<<strong>br</strong> />
clímax de publicidade entusiasmada. A imprensa e a opinião pública ansiavam por alguma<<strong>br</strong> />
coisa desse tipo. Há muito tempo que Stasis não causava tanta sensação. Uma<<strong>br</strong> />
nova pedra ou um outro peixe pré-histórico não era mais excitante. Mas um homem<<strong>br</strong> />
da Idade Média era.<<strong>br</strong> />
Um homem histórico; um adulto falan<strong>do</strong> uma língua conhecida; alguém que pudesse<<strong>br</strong> />
a<strong>br</strong>ir uma nova página da História para o estudioso.