isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
- Está fican<strong>do</strong> tarde. Preciso <strong>do</strong>rmir.<<strong>br</strong> />
- Podemos passar pelo sono aqui mesmo - alvitrou Talliaferro <strong>com</strong> resignação. - Alguém<<strong>br</strong> />
tenciona confessar? - Kaunas desviou os olhos e Ryger arqueou as so<strong>br</strong>ancelhas.<<strong>br</strong> />
- É o que eu pensava.<<strong>br</strong> />
Os três homens reclinaram-se nas poltronas e imergiram em esta<strong>do</strong> de sonolência.<<strong>br</strong> />
Talliaferro descerrou as pálpe<strong>br</strong>as a<strong>br</strong>uptamente quan<strong>do</strong> Mandel reapareceu. Entretanto,<<strong>br</strong> />
amanhecera e o céu apresentava uma tonalidade azulada quase límpida. Involuntariamente,<<strong>br</strong> />
Talliaferro congratulou-se por a janela <strong>do</strong> quarto se conservar fechada.<<strong>br</strong> />
Habitua<strong>do</strong> ao vácuo lunar, a possibilidade de a a<strong>br</strong>irem afigurava-se-lhe altamente<<strong>br</strong> />
desconfortável.<<strong>br</strong> />
- Algum <strong>do</strong>s senhores tem qualquer coisa para dizer? -. perguntou Mandel. Deixou<<strong>br</strong> />
transcorrer um momento de silêncio. - Revelei os filmes <strong>do</strong>s esquadrinha<strong>do</strong>res e examinei<<strong>br</strong> />
o resulta<strong>do</strong>. - Largou os instrumentos e respectivas películas em cima da cama.<<strong>br</strong> />
- Nada! Portanto, a questão mantém-se no ponto inicial. Necessitamos de encontrar<<strong>br</strong> />
o filme oculto.<<strong>br</strong> />
- Se porventura existe - <strong>com</strong>entou Ryger, bocejan<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Sugiro que me a<strong>com</strong>panhem ao quarto de Villiers.<<strong>br</strong> />
- Para quê? - Kaunas parecia perturba<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Gostaria que os <strong>do</strong>is inocentes me ajudassem a procurar o filme.<<strong>br</strong> />
- Acha que se encontra lá? - inquiriu Ryger <strong>com</strong> uma expressão de incredulidade.<<strong>br</strong> />
- É uma hipótese a considerar. O simpósio so<strong>br</strong>e Astronáutica só principia amanhã<<strong>br</strong> />
às dez horas.<<strong>br</strong> />
- E se não aparecer até lá?<<strong>br</strong> />
- Teremos de chamar a Polícia.<<strong>br</strong> />
Entraram lentamente no quarto há pouco ocupa<strong>do</strong> por Villiers. Ryger apresentavase<<strong>br</strong> />
cora<strong>do</strong> e Kaunas páli<strong>do</strong>. Quanto a Talliaferro, procurava mostrar-se calmo. Mandel<<strong>br</strong> />
ajustou o polariza<strong>do</strong>r da janela para que entrasse mais luz e Kaunas levou a mão aos<<strong>br</strong> />
olhos.<<strong>br</strong> />
- O sol! - <strong>br</strong>a<strong>do</strong>u, espavori<strong>do</strong>, <strong>com</strong>o se estivesse no planeta Mercúrio, onde a intensidade<<strong>br</strong> />
<strong>do</strong>s raios solares era quase insuportável.<<strong>br</strong> />
Talliaferro recor<strong>do</strong>u a sua aversão pelo ar livre e rangeu os dentes. Achavam-se to<strong>do</strong>s<<strong>br</strong> />
sob a influência nefasta de dez anos de ausência da Terra. Kaunas precipitou-se<<strong>br</strong> />
para a janela, a fim de accionar o polariza<strong>do</strong>r e soltou uma exclamação de horror.<<strong>br</strong> />
- Que foi? - quis saber Mandel, acorren<strong>do</strong>, imita<strong>do</strong> pelos outros.<<strong>br</strong> />
A cidade espraiava-se a seus pés até ao horizonte, so<strong>br</strong>e o qual o Sol <strong>br</strong>ilhava fortemente.<<strong>br</strong> />
No entanto Kaunas, respiran<strong>do</strong> <strong>com</strong> visível dificuldade, cravava os olhos<<strong>br</strong> />
num objeto mais próximo. A um canto <strong>do</strong> peitoril, introduzi<strong>do</strong> numa ranhura, via-se<<strong>br</strong> />
um pedaço de película <strong>com</strong> cerca de três centímetros de <strong>com</strong>primento.<<strong>br</strong> />
Com um grito estrangula<strong>do</strong>, Mandel fez subir a janela, recolheu o filme e afastouse<<strong>br</strong> />
apressadamente, <strong>com</strong> a re<strong>com</strong>endação:<<strong>br</strong> />
- Esperem aqui!<<strong>br</strong> />
Reapareceu vinte minutos mais tarde, para anunciar <strong>com</strong> desalento:<<strong>br</strong> />
- Uma das pontas não tinha si<strong>do</strong> atingida pelos raios solares e consegui decifrar algumas<<strong>br</strong> />
palavras. Era na verdade a <strong>com</strong>unicação de Villiers. O resto está destruí<strong>do</strong>,<<strong>br</strong> />
impossível de recuperar.<<strong>br</strong> />
- O que acontece agora? - perguntou Talliaferro.<<strong>br</strong> />
- Agora, é-me indiferente. A transferência da massa deixou de ser possível até que<<strong>br</strong> />
outro cére<strong>br</strong>o tão <strong>br</strong>ilhante <strong>com</strong>o o de Villiers descu<strong>br</strong>a o méto<strong>do</strong> apropria<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Um momento. Se o assunto não se esclarecer, ficarmos eternamente envoltos em<<strong>br</strong> />
suspeitas, que só servirão para prejudicar nossas carreiras.