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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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e muito mais.<<strong>br</strong> />

- Congratular-nos-emos imenso <strong>com</strong> isso - asseverou Talliaferro. - Posso ver uma<<strong>br</strong> />

cópia da tua <strong>com</strong>unicação?<<strong>br</strong> />

- Nem por som<strong>br</strong>as! - Villiers encostou a mão ao peito, <strong>com</strong>o se desejasse proteger<<strong>br</strong> />

um punha<strong>do</strong> de <strong>do</strong>cumentos invisíveis. - Tomarão conhecimento <strong>do</strong>s pormenores<<strong>br</strong> />

ao mesmo tempo que os outros. Só existe um exemplar <strong>do</strong>s meus apontamentos,<<strong>br</strong> />

que ninguém viu até agora, incluin<strong>do</strong> Mandel.<<strong>br</strong> />

- Imagina que o perdes? - <strong>br</strong>a<strong>do</strong>u Talliaferro.<<strong>br</strong> />

- Não te preocupes. De qualquer mo<strong>do</strong>, tenho tu<strong>do</strong> bem presente na memória.<<strong>br</strong> />

Aguardem até depois de amanhã. Nessa altura, verão os horizontes humanos alargarem-se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o nunca sucedeu.<<strong>br</strong> />

Ro<strong>do</strong>u nos calcanhares e encaminhou-se para a porta.<<strong>br</strong> />

- En<strong>do</strong>ideceu - afirmou Ryger, o olhar crava<strong>do</strong> na porta, <strong>com</strong>o se Villiers ainda estivesse<<strong>br</strong> />

presente.<<strong>br</strong> />

- Não sei - articulou Talliaferro, pensativamente. - Talvez enlouquecesse, até certo<<strong>br</strong> />

ponto. Detesta-nos por motivos irracionais. Nem sequer esquadrinhou os apontamentos,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o medida de precaução...<<strong>br</strong> />

Ao mesmo tempo, conservava o seu esquadrinha<strong>do</strong>r entre os de<strong>do</strong>s. Tratava-se de<<strong>br</strong> />

um cilindro de cor neutra, um pouco mais curto e largo que um lápis vulgar. Ultimamente,<<strong>br</strong> />

tornara-se num objeto quase indispensável para o cientista, à semelhança <strong>do</strong><<strong>br</strong> />

estetoscópio para o médico ou o micro<strong>com</strong>puta<strong>do</strong>r para o estaticista. O esquadrinha<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />

usava-se num bolso <strong>do</strong> casaco ou preso a uma manga ou ainda atrás da orelha.<<strong>br</strong> />

Por vezes, Talliaferro perguntava-se <strong>com</strong>o conseguiriam os cientistas de outrora dispor<<strong>br</strong> />

de tempo para registar os apontamentos em folhas de papel que enchiam numerosas<<strong>br</strong> />

prateleiras das estantes.<<strong>br</strong> />

Atualmente, bastava esquadrinhar qualquer <strong>do</strong>cumento escrito, para se obter um<<strong>br</strong> />

micro-negativo susceptível de ser revela<strong>do</strong> e reproduzi<strong>do</strong> a qualquer altura. Talliaferro<<strong>br</strong> />

já registara todas as <strong>com</strong>unicações a apresentar no Congresso e supunha que os<<strong>br</strong> />

amigos haviam procedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

- Estou convenci<strong>do</strong> de que não existe <strong>com</strong>unicação alguma - declarou Ryger. - Ele<<strong>br</strong> />

não desco<strong>br</strong>iu coisa alguma e saiu-se <strong>com</strong> essa para nos intrigar.<<strong>br</strong> />

- Então, <strong>com</strong>o procederá depois de amanhã, quan<strong>do</strong> falar? - objetou Kaunas.<<strong>br</strong> />

- Quem pode prever? Não esqueçamos que se trata de um louco.<<strong>br</strong> />

- Não menosprezemos as suas possibilidades - advertiu Talliaferro.<<strong>br</strong> />

Por fim, resolveram mudar de assunto e passaram a trocar impressões so<strong>br</strong>e as<<strong>br</strong> />

atividades a que se dedicavam nos diferentes planetas.<<strong>br</strong> />

Mais tarde, mergulharam em prolonga<strong>do</strong> silêncio, corta<strong>do</strong> finalmente por Kaunas,<<strong>br</strong> />

que sugeriu:<<strong>br</strong> />

- Por que não procuramos Villiers no seu quarto? - Ven<strong>do</strong> que o olhavam <strong>com</strong> estranheza,<<strong>br</strong> />

apressou-se a acrescentar: - Não há necessidade de ficarmos indiferentes<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> ele.<<strong>br</strong> />

«Pretende certificar-se de que a transferência de massa não passa <strong>do</strong> pesadelo de<<strong>br</strong> />

um louco, para poder <strong>do</strong>rmir descansa<strong>do</strong>», refletiu Talliaferro. Não obstante, também<<strong>br</strong> />

sentia curiosidade e não se opôs. O próprio Ryger encolheu os om<strong>br</strong>os e concor<strong>do</strong>u.<<strong>br</strong> />

Faltavam poucos minutos para as onze da noite.<<strong>br</strong> />

Talliaferro foi acorda<strong>do</strong> pela campainha da porta, que vi<strong>br</strong>ava <strong>com</strong> insistência.<<strong>br</strong> />

Soergueu-se apoia<strong>do</strong> ao cotovelo e verificou que o indica<strong>do</strong>r no teto assinalava quatro<<strong>br</strong> />

horas da madrugada.<<strong>br</strong> />

- Quem é? - resmungou.<<strong>br</strong> />

Todavia, o som continuou sem interrupção e ele enfiou o roupão e foi a<strong>br</strong>ir. Reco-

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