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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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as», pensou George.)<<strong>br</strong> />

E então, ao café, Ingenenescu falou outra vez, finalmente. - Você tem agi<strong>do</strong> <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

se pensasse que lhe quero fazer mal - disse.<<strong>br</strong> />

George corou, pousou a sua chávena e tentou negá-o, mas o homem mais velho<<strong>br</strong> />

riu e abanou a cabeça.<<strong>br</strong> />

- E verdade. Tenho esta<strong>do</strong> a observá-o de perto desde que o vi pela primeira vez e<<strong>br</strong> />

acho que já sei muita coisa seu respeito.<<strong>br</strong> />

George soergueu-se em pânico.<<strong>br</strong> />

- Mas sente-se - disse Ingenenescu - Apenas quero ajudá-o.<<strong>br</strong> />

George sentou-se, mas a sua cabeça estava num turbilhão. Se o velho sabia quem<<strong>br</strong> />

ele era, por que é que não o tinha entregue ao policial? Por outro la<strong>do</strong>, porque haveria<<strong>br</strong> />

ele de oferecer ajuda?<<strong>br</strong> />

- Quer saber por que é que o quis ajudar? - disse Ingenenescu - Oh, não se assuste.<<strong>br</strong> />

Não sei ler pensamentos. O que se passa é que o meu treino me permite interpretar<<strong>br</strong> />

as pequenas reações que denunciam os pensamentos, percebe? Compreende<<strong>br</strong> />

isso?<<strong>br</strong> />

George abanou a cabeça.<<strong>br</strong> />

- A primeira vez que o vi, por exemplo - disse Ingenenescu - Estava à espera na<<strong>br</strong> />

fila para assistir a uma Olimpíada, e as suas micro-reações não correspondiam àquilo<<strong>br</strong> />

que estava fazen<strong>do</strong>. A expressão da sua cara estava errada, os movimentos das suas<<strong>br</strong> />

mãos estavam erra<strong>do</strong>s. Isso significava que algo, em geral, estava erra<strong>do</strong>, e o mais<<strong>br</strong> />

interessante é que, o que quer que fosse, não era <strong>com</strong>um, não era nada óbvio. Talvez,<<strong>br</strong> />

pensei, fosse algo de que nem a sua mente consciente se tivesse apercebi<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

Não pude deixar de segui-o, de me sentar a seu la<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

Segui-o de novo quan<strong>do</strong> saiu e escutei escondi<strong>do</strong> a conversa entre você e o seu<<strong>br</strong> />

amigo. Depois disso, bem, você era um objeto de estu<strong>do</strong> demasiadamente importante<<strong>br</strong> />

para mim (desculpe se isso lhe soa um pouco frio) para permitir que fosse leva<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

por um policial. Agora diga-me, o que é que o preocupa?<<strong>br</strong> />

George estava agoniantemente indeciso. Se isto era uma armadilha, por que é que<<strong>br</strong> />

seria tão indireta e cheia de rodeios? E ele tinha de recorrer a alguém. Tinha vin<strong>do</strong> à<<strong>br</strong> />

cidade procurar ajuda e aqui estava ajuda a ser-lhe oferecida. Talvez o que estava<<strong>br</strong> />

erra<strong>do</strong> era o fato de estar sen<strong>do</strong> oferecida. Era demasia<strong>do</strong> fácil.<<strong>br</strong> />

- Logicamente, aquilo que me disser na minha qualidade de cientista social é confidencial.<<strong>br</strong> />

Sabe o que isso quer dizer?<<strong>br</strong> />

- Não,Sr..<<strong>br</strong> />

- Quer dizer que seria contra a ética revelar aquilo que me disser seja a quem for e<<strong>br</strong> />

seja por que motivo for. Mais ainda, ninguém tem o direito legal de me o<strong>br</strong>igar a dizê<<strong>br</strong> />

-o.<<strong>br</strong> />

- Pensei que fosse historia<strong>do</strong>r - disse George, <strong>com</strong> súbita suspeita.<<strong>br</strong> />

- E sou.<<strong>br</strong> />

- Ainda agora disse que era cientista social.<<strong>br</strong> />

Ingenenescu explodiu em sonoras gargalhadas e pediu desculpa por isso quan<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

voltou a poder falar.<<strong>br</strong> />

- Desculpe, jovem, não devia rir, e na verdade não estava rin<strong>do</strong> de voce!. Estava<<strong>br</strong> />

rin<strong>do</strong> da Terra e da ênfase que dá às ciências físicas, e principalmente aos seu aspectos<<strong>br</strong> />

práticos. Aposto que era capaz de recitar todas as subdivisões da tecnologia de<<strong>br</strong> />

construção ou da engenharia mecânica e no entanto é um zero no que respeita às ciências<<strong>br</strong> />

sociais.<<strong>br</strong> />

- Bem, então o que são as ciências sociais?<<strong>br</strong> />

- As ciências sociais estudam grupos de seres humanos e incluem muitos ramos al-

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