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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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para fazer isso?<<strong>br</strong> />

George,já <strong>com</strong>pletamente transtorna<strong>do</strong>, engoliu e disse: - Ninguém, Doutor. Foi<<strong>br</strong> />

ideia minha.<<strong>br</strong> />

- Quem é que soube que fazia isso, depois de ter <strong>com</strong>eça<strong>do</strong>?<<strong>br</strong> />

- Ninguém, Doutor. Não quis fazer nada de mal.<<strong>br</strong> />

- Quem é que falou em mal? Inútil é o que eu lhe chamaria. Por que é que escondeu?<<strong>br</strong> />

- P... pensei que ririam de mim. - (Pensou a<strong>br</strong>uptamente numa recente discussão<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> Trevelyan. George tinha aborda<strong>do</strong> muito cuida<strong>do</strong>samente o pensamento, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

se se tratasse de algo que meramente circulasse ao longe nas mais afastadas áreas<<strong>br</strong> />

da sua mente, da possibilidade de aprender alguma coisa despejan<strong>do</strong>-a manualmente<<strong>br</strong> />

no cére<strong>br</strong>o, por assim dizer, aos boca<strong>do</strong>s. «George, a seguir vais curtir os teus<<strong>br</strong> />

próprios sapatos e tecer as tuas camisas», tinha dito Trevelyan. Ficara agradeci<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

pela sua política de sigilo.)<<strong>br</strong> />

O Dr. Antonelli empurrava os boca<strong>do</strong>s de filme, que antes examinara, de um lugar<<strong>br</strong> />

para o outro, pensan<strong>do</strong> soturnamente. Depois disse:<<strong>br</strong> />

- Vamos lá analisá-o, Assim não chegarei a lugar algum. Os fios foram postos nas<<strong>br</strong> />

têmporas de George. O zumbi<strong>do</strong> lá estava. De novo surgiu a memória nítida de dez<<strong>br</strong> />

anos atrás.<<strong>br</strong> />

As mãos de George estavam pegajosas; o seu coração batia. Nunca devia ter conta<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

as suas leituras secretas ao médico.<<strong>br</strong> />

Era a sua maldita vaidade, disse para si mesmo. Queria mostrar <strong>com</strong>o era empreende<strong>do</strong>r,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o estava cheio de iniciativa. Em vez disso tinha feito figura de supersticioso<<strong>br</strong> />

e ignorante e tinha provoca<strong>do</strong> a hostilidade <strong>do</strong> médico. (Via-se que o médico o<<strong>br</strong> />

odiava por ele ser um espertalhão em potência.)<<strong>br</strong> />

E agora tinha atingi<strong>do</strong> um tal esta<strong>do</strong> de nervosismo, que tinha a certeza de que o<<strong>br</strong> />

analisa<strong>do</strong>r não iria mostrar nada que fizesse senti<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

Não se percebeu o momento em que os fios lhe foram retira<strong>do</strong>s das têmporas. A<<strong>br</strong> />

visão <strong>do</strong> médico, olhan<strong>do</strong>-o pensativamente, cintilou na sua consciência e foi tu<strong>do</strong>;<<strong>br</strong> />

os fios tinham desapareci<strong>do</strong>. George re<strong>com</strong>pôs-se <strong>com</strong> um esforço dilacerante. Já tinha<<strong>br</strong> />

desisti<strong>do</strong> da sua ambição de ser programa<strong>do</strong>r. Num espaço de dez minutos, tinha<<strong>br</strong> />

desapareci<strong>do</strong> por <strong>com</strong>pleto.<<strong>br</strong> />

- Suponho que não? - disse tristemente.<<strong>br</strong> />

- Não o quê?<<strong>br</strong> />

- Não vou ser programa<strong>do</strong>r?<<strong>br</strong> />

O médico coçou o nariz e disse:<<strong>br</strong> />

- Pegue nas suas roupas e em tu<strong>do</strong> o que lhe pertencer e vá à sala 15--C. Os seus<<strong>br</strong> />

arquivos estarão lá à sua espera. E o meu relatório também.<<strong>br</strong> />

- Já fui educa<strong>do</strong>? - disse George, <strong>com</strong>pletamente espanta<strong>do</strong>. - Pensava que isto<<strong>br</strong> />

era só para...<<strong>br</strong> />

O Dr. Antonelli baixou os olhos para o birô. - Tu<strong>do</strong> lhe será explica<strong>do</strong>. Faça <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

lhe disse.<<strong>br</strong> />

George sentiu algo pareci<strong>do</strong> <strong>com</strong> pânico.<<strong>br</strong> />

- Que é que não lhe podiam dizer? Não servia para nada a não ser para trabalha<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />

registra<strong>do</strong>. Iam prepará-o para isso; ajustá-o a isso.<<strong>br</strong> />

De repente teve a certeza e só a muito esforço conseguiu não gritar.<<strong>br</strong> />

Cambaleou de volta ao seu local de espera. Trevelyan já não estava lá, fato pelo<<strong>br</strong> />

qual ele teria fica<strong>do</strong> grato se tivesse a presença de espírito para se aperceber <strong>do</strong> significa<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> que o rodeava. Quase ninguém restava, de fato, e os poucos que estavam<<strong>br</strong> />

lá pareciam demasia<strong>do</strong> esgota<strong>do</strong>s pela espera da cauda-<strong>do</strong>-alfabeto para resistir

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