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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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mora<strong>do</strong>, apanhou o livro, e <strong>com</strong>eçou a ler.<<strong>br</strong> />

Levou uma semana len<strong>do</strong>-o e depois pediu outro.<<strong>br</strong> />

- Queres que leve o primeiro? - perguntou Omani.<<strong>br</strong> />

George franziu as so<strong>br</strong>ancelhas. Havia coisas no livro que ele não tinha entendi<strong>do</strong>,<<strong>br</strong> />

mas não se ia rebaixar ao ponto de o admitir.<<strong>br</strong> />

Mas Omani disse:<<strong>br</strong> />

- Pensan<strong>do</strong> melhor, é melhor ficares <strong>com</strong> ele. Os livros são para ser li<strong>do</strong>s várias vezes.<<strong>br</strong> />

Foi nesse mesmo dia que ele se rendeu, finalmente, ao convite de Omani para visitar<<strong>br</strong> />

o local. Seguiu o nigeriano e examinou o que o rodeava <strong>com</strong> olhadelas rápidas e<<strong>br</strong> />

agressivas.<<strong>br</strong> />

Aquilo não era, obviamente, uma prisão. Não havia muros, nem portas trancadas,<<strong>br</strong> />

nem guardas. Mas era uma prisão na medida em que os que lá estavam não tinham<<strong>br</strong> />

para onde ir fora dela.<<strong>br</strong> />

Era de certa forma agradável ver outros <strong>com</strong>o ele às dúzias. Era tão fácil acreditar<<strong>br</strong> />

que era o único no mun<strong>do</strong> assim... mutila<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />

- Quantas pessoas é que aqui estão, afinal? - resmungou.<<strong>br</strong> />

- Duzentas e cinco, George, e este não é o único local deste gênero no mun<strong>do</strong>. Há<<strong>br</strong> />

milhares deles.<<strong>br</strong> />

Os homens olhavam quan<strong>do</strong> ele passava, aonde quer que fosse; no ginásio, ao<<strong>br</strong> />

longo das quadras de tênis; na biblioteca (nunca na sua vida imaginara que os livros<<strong>br</strong> />

pudessem existir em tão grande número; estavam empilha<strong>do</strong>s, empilha<strong>do</strong>s mesmo,<<strong>br</strong> />

ao longo de grandes prateleiras). Olhavam para ele <strong>com</strong> curiosidade e ele retribuía os<<strong>br</strong> />

olhares ferozmente. Pelo menos eles não eram melhores <strong>do</strong> que ele; eles não tinham<<strong>br</strong> />

o direito de olhar para ele <strong>com</strong>o se fosse alguma curiosidade.<<strong>br</strong> />

A maior parte deles estava na casa <strong>do</strong>s 20.<<strong>br</strong> />

- Que é que acontece aos mais velhos? - disse George <strong>br</strong>uscamente.<<strong>br</strong> />

- Este local é especializa<strong>do</strong> nos mais novos - disse Omani. Então, <strong>com</strong>o se subitamente<<strong>br</strong> />

se tivesse apercebi<strong>do</strong> de algo implícito na pergunta de George que antes deixara<<strong>br</strong> />

escapar, abanou a cabeça gravemente e disse: - Não são afasta<strong>do</strong>s, se é isso<<strong>br</strong> />

que queres dizer. Há outras Casas para os mais velhos.<<strong>br</strong> />

- Que é que isso interessa? - resmungou George, que sentia estar soan<strong>do</strong> demasia<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

interessa<strong>do</strong> e estar em perigo de se render.<<strong>br</strong> />

- Muito, talvez. Quan<strong>do</strong> cresceres, ficarás numa Casa <strong>com</strong> ocupantes de ambos os<<strong>br</strong> />

sexos.<<strong>br</strong> />

Isso surpreendeu um pouco George. - Mulheres também?<<strong>br</strong> />

- Claro. Achas que as mulheres são imunes a este tipo de coisa?<<strong>br</strong> />

George pensou nisso <strong>com</strong> mais interesse e entusiasmo <strong>do</strong> que em qualquer outra<<strong>br</strong> />

coisa, desde antes daquele dia em que... Afastou isso <strong>do</strong> seu pensamento à força.<<strong>br</strong> />

Omani parou à porta de uma sala que continha um pequeno televisor de circuito<<strong>br</strong> />

fecha<strong>do</strong> e um <strong>com</strong>puta<strong>do</strong>r pessoal. Cinco ou seis homens estavam senta<strong>do</strong>s junto à<<strong>br</strong> />

televisão.<<strong>br</strong> />

- Isto é uma sala de aula - disse Omani.<<strong>br</strong> />

- Que é isso? - disse George.<<strong>br</strong> />

- Aqueles jovens estão sen<strong>do</strong> educa<strong>do</strong>s. Não - acrescentou rapidamente - da forma<<strong>br</strong> />

habitual.<<strong>br</strong> />

- Queres dizer que estão meten<strong>do</strong> aquilo para dentro aos poucos.<<strong>br</strong> />

- É isso.<<strong>br</strong> />

Era assim que to<strong>do</strong>s faziam em tempos antigos. Era isso que estavam sempre lhe<<strong>br</strong> />

dizen<strong>do</strong> desde que ele chegara à Casa, mas e então? Suponhamos que tivesse havi-

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