isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
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<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e voltan<strong>do</strong> <strong>com</strong> sangue na cara, força... Vá, força.<<strong>br</strong> />
George estava agora na entrada, olhan<strong>do</strong> para trás por so<strong>br</strong>e o om<strong>br</strong>o.<<strong>br</strong> />
- Eu vou. - Voltou lentamente atrás para vir buscar a bolsa de toilette. - Espero<<strong>br</strong> />
que não ponhas objecções a que eu leve alguns objetos pessoais.<<strong>br</strong> />
Omani encolheu os om<strong>br</strong>os. Estava de novo na cama, len<strong>do</strong>, indiferente.<<strong>br</strong> />
George deixou-se ficar outra vez à porta, mas Omani não levantou os olhos. George<<strong>br</strong> />
cerrou os dentes, virou-se e percorreu rapidamente o corre<strong>do</strong>r vazio até sair para<<strong>br</strong> />
os terrenos cobertos de noite.<<strong>br</strong> />
Esperara ser apanha<strong>do</strong> antes de sair da área. Não foi.<<strong>br</strong> />
Parara num restaurante aberto à noite para perguntar o caminho para o terminal<<strong>br</strong> />
aéreo e esperara que o proprietário chamasse a policia. Isso não aconteceu. Chamou<<strong>br</strong> />
um desliza<strong>do</strong>r para o levar ao aeroporto e o condutor não fez perguntas.<<strong>br</strong> />
No entanto, isso não o aliviou. Chegou ao aeroporto angustia<strong>do</strong>. Não tinha percebi<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o o mun<strong>do</strong> exterior podia ser. Estava rodea<strong>do</strong> de profissionais. O proprietário<<strong>br</strong> />
<strong>do</strong> restaurante mandara inscrever o seu nome na proteção plástica da caixa registra<strong>do</strong>ra.<<strong>br</strong> />
Fulano de tal, cozinheiro registra<strong>do</strong>. O homem <strong>do</strong> desliza<strong>do</strong>r tinha na licença:<<strong>br</strong> />
motorista registra<strong>do</strong>. George sentiu a po<strong>br</strong>eza <strong>do</strong> seu nome e experimentou uma<<strong>br</strong> />
espécie de nudez por causa disso; pior, sentiu-se tosquia<strong>do</strong>. Mas ninguém o desafiava.<<strong>br</strong> />
Ninguém o estudava <strong>com</strong> suspeita ou lhe pedia provas da sua classificação profissional.<<strong>br</strong> />
«Quem imaginaria um ser humano sem nenhuma?», pensou George amargamente.<<strong>br</strong> />
Comprou um bilhete para São Francisco, no avião das três da manhã. Nenhum outro<<strong>br</strong> />
avião para um centro Olímpico razoavelmente grande saia antes <strong>do</strong> amanhecer, e<<strong>br</strong> />
ele queria esperar o menos possível Assim, sentou-se na sala de espera, <strong>com</strong>primi<strong>do</strong>,<<strong>br</strong> />
atento à policia. Não apareceu.<<strong>br</strong> />
Chegou a São Francisco antes <strong>do</strong> meio-dia e o barulho da cidade atingiu-o <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
uma pancada. Era a maior cidade que tinha alguma vez visto e estava habitua<strong>do</strong> ao<<strong>br</strong> />
silêncio e à calma há já um ano e meio.<<strong>br</strong> />
Pior <strong>do</strong> que isso, era mês de Olimpíadas. Quase esqueceu a sua situação ao aperceber-se<<strong>br</strong> />
subitamente de que algum daquele barulho, entusiasmo e confusão eram<<strong>br</strong> />
devi<strong>do</strong>s a isso.<<strong>br</strong> />
Os quadros das Olimpíadas estavam no aeroporto para proveito <strong>do</strong>s viajantes que<<strong>br</strong> />
chegavam e multidões acotovelavam-se à volta de cada um. Cada profissão principal<<strong>br</strong> />
tinha o seu próprio quadro. Cada um tinha as direções para o Salão Olímpico onde o<<strong>br</strong> />
concurso desse dia e dessa profissão teria lugar; os concorrentes e a sua cidade natal;<<strong>br</strong> />
e o Mun<strong>do</strong> Exterior (se o havia) que o patrocinava.<<strong>br</strong> />
Estava tu<strong>do</strong> <strong>com</strong>pletamente estiliza<strong>do</strong>. George tinha li<strong>do</strong> várias descrições na imprensa<<strong>br</strong> />
e em filmes, tinha visto <strong>com</strong>petições na televisão, e até tinha presencia<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
umas pequenas Olimpíadas da classe de talhante registra<strong>do</strong> na sede <strong>do</strong> município.<<strong>br</strong> />
Até isso, que não tinha qualquer implicação Galáctica concebível (não havia ninguém<<strong>br</strong> />
de um Mun<strong>do</strong> Exterior na assistência, claro), entusiasmava-o bastante.<<strong>br</strong> />
Por um la<strong>do</strong>, ficava entusiasma<strong>do</strong> pelo simples fato de ser <strong>com</strong>petição, por outro,<<strong>br</strong> />
pelo aguilhão <strong>do</strong> orgulho bairrista (oh, quan<strong>do</strong> havia um rapaz da nossa cidade a<<strong>br</strong> />
quem apoiar, mesmo que fosse totalmente estranho), e, claro, também pelas apostas.<<strong>br</strong> />
Não havia forma de impedi-as.<<strong>br</strong> />
George teve dificuldade em se aproximar- <strong>do</strong> quadro.<<strong>br</strong> />
Verificou que olhava os inquietos e ávi<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong>res de uma maneira diferente.