isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
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penosamente em um mun<strong>do</strong> povoa<strong>do</strong> de ruínas - Naturalmente, porém isso não<<strong>br</strong> />
aconteceu.<<strong>br</strong> />
- Porque não aconteceu?<<strong>br</strong> />
- Existe uma possível explicação. Uma vez metida pelo caminho da mecanização,<<strong>br</strong> />
esta raça progrediu <strong>com</strong> uma rapidez extraordinária.<<strong>br</strong> />
- E então – repôs o dignatário hurriano -. O que isso importa? Desse mo<strong>do</strong> desco<strong>br</strong>iram<<strong>br</strong> />
as armas nucleares mais ce<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Correto, porém depois da última guerra mundial, continuaram aperfeiçoan<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
suas armas nucleares <strong>com</strong> uma rapidez insólita. Esse é o inconveniente. A potência<<strong>br</strong> />
destas armas havia chega<strong>do</strong> a ser aterra<strong>do</strong>ra antes que a nova guerra houvesse ti<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
tempo de <strong>com</strong>eçar, e agora a situação chegou a um ponto em que nem sequer estes<<strong>br</strong> />
belicosos primatas se atrevem a meter-se em uma guerra.<<strong>br</strong> />
O Arqui-administra<strong>do</strong>r a<strong>br</strong>iu desmesuradamente seus olhinhos negros e re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s.<<strong>br</strong> />
- Mas isto é impossível. Não me importa o talento técnico que possuam estes seres.<<strong>br</strong> />
A ciência militar só progride durante a guerra e graças a ela.<<strong>br</strong> />
- Talvez não seja assim no caso destes seres em particular. Entretanto, ainda que<<strong>br</strong> />
assim fosse, o curioso <strong>do</strong> caso é que já estão meti<strong>do</strong>s em uma guerra; não de verdade,<<strong>br</strong> />
porém guerra, apesar de tu<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
- Não de verdade, porém guerra apesar de tu<strong>do</strong>? - repetiu o Arqui-administra<strong>do</strong>r,<<strong>br</strong> />
estupefato -. Que significa isso?<<strong>br</strong> />
- Não sei <strong>com</strong> segurança – disse Devi-en, moven<strong>do</strong> o nariz <strong>com</strong> exasperação -. Aí<<strong>br</strong> />
é onde falham meus intentos em ordenar de uma maneira lógica as informações díspares<<strong>br</strong> />
que possuímos Neste planeta tem lugar o que eles chamaram uma Guerra Fria.<<strong>br</strong> />
Seja o que seja, é algo que impulsiona enormemente suas investigações, porém não<<strong>br</strong> />
provoca o aniquilamento nuclear.<<strong>br</strong> />
- Impossível! - exclamou o Arqui-administra<strong>do</strong>r<<strong>br</strong> />
- Aí está o planeta, Alteza. E aqui estamos nós. Quinze anos esperan<strong>do</strong>.<<strong>br</strong> />
O Arqui-administra<strong>do</strong>r levantou seus <strong>com</strong>pri<strong>do</strong>s <strong>br</strong>aços, cruzan<strong>do</strong>-os so<strong>br</strong>e a cabeça<<strong>br</strong> />
até que suas mãos tocaram o om<strong>br</strong>os opostos.<<strong>br</strong> />
- Nesse caso, só existe uma solução. O Conselho levou em conta a possibilidade de<<strong>br</strong> />
que este planeta alcançou uma espécia de impasse, uma espécie de paz armada que<<strong>br</strong> />
se mantém em equilí<strong>br</strong>io à beira de uma guerra nuclear. Algo pareci<strong>do</strong> ao que acabas<<strong>br</strong> />
de desco<strong>br</strong>ir, embora nenhum tenha da<strong>do</strong> os argumentos que tu apresentaste.<<strong>br</strong> />
Porém é uma situação admissível.<<strong>br</strong> />
- Sim, Alteza?<<strong>br</strong> />
- Sim – repôs o Arqui-administra<strong>do</strong>r, fazen<strong>do</strong> um esforço visível -. Quanto mais<<strong>br</strong> />
tempo se prolongue esta situação de equilí<strong>br</strong>io, maiores serão as possibilidades para<<strong>br</strong> />
que algum primata superior descu<strong>br</strong>a a maneira de efetuar viagens interestelares.<<strong>br</strong> />
Então, esta raça se esparramaria pela galáxia, à qual aportaria suas lutas e rivalidades.<<strong>br</strong> />
Compreendes?<<strong>br</strong> />
- E que temos que fazer então?<<strong>br</strong> />
O Arqui-administra<strong>do</strong>r afun<strong>do</strong>u a cabeça entre os <strong>br</strong>aços, <strong>com</strong>o se nem ele mesmo<<strong>br</strong> />
quisesse ouvir o que ia dizer. Com voa afogada, disse:<<strong>br</strong> />
- Para tirar-lhes <strong>do</strong> precário equilí<strong>br</strong>io em que se encontram, Capitão, não há mais<<strong>br</strong> />
remédio que dar-lhes um empurrão. E isso faremos nós.<<strong>br</strong> />
O estômago de Davi-en revolveu-se e a ceia que havia ingeri<strong>do</strong> lhe subiu à garganta,<<strong>br</strong> />
produzin<strong>do</strong> náuseas.<<strong>br</strong> />
- Nós lhes daremos o empurrão, Alteza?<<strong>br</strong> />
Sua mente se negava a admitir aquela monstruosa possibilidade.<<strong>br</strong> />
Porém o Arqui-administra<strong>do</strong>r lhe disse sem rodeios: