isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br
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e teria volta<strong>do</strong> para o Plioceno no momento em que nós devolvêssemos a pedra...<<strong>br</strong> />
mais, é claro, as duas semanas que ela tinha passa<strong>do</strong> no presente.<<strong>br</strong> />
- Isso teria si<strong>do</strong> terrível.<<strong>br</strong> />
- Não por conta <strong>do</strong> professor, eu lhe garanto. Se ele foi tolo o suficiente para fazer<<strong>br</strong> />
o que fez, merecia isso. Mas imagine o efeito que isso causaria na opinião pública se<<strong>br</strong> />
o fato viesse à tona. Tu<strong>do</strong> o que as pessoas precisariam era serem alertadas quanto<<strong>br</strong> />
ao perigo de nossas experiências e as <strong>do</strong>ações desapareceriam assim.<<strong>br</strong> />
- Ele estalou os de<strong>do</strong>s e mexeu melancolicamente <strong>com</strong> a <strong>com</strong>ida.<<strong>br</strong> />
- O senhor não poderia trazê-o de volta? - perguntou a Srta. Fellowes. - Não daria<<strong>br</strong> />
para fazer a mesma coisa que fez <strong>com</strong> a pedra?<<strong>br</strong> />
- Não, porque uma vez que um objeto é retorna<strong>do</strong>, o ponto original se perde, a<<strong>br</strong> />
menos que o tivéssemos registra<strong>do</strong> antecipadamente, e nesse caso, não haveria por<<strong>br</strong> />
que fazer isso. Nunca há. Encontrar o professor de novo implicaria em voltar a localizar<<strong>br</strong> />
um ponto específico. Isso seria <strong>com</strong>o jogar uma linha dentro <strong>do</strong>s abismos <strong>do</strong><<strong>br</strong> />
oceano <strong>com</strong> o propósito de pescar um certo peixe em particular. Meu Deus, quan<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
penso nas precauções que tomamos para evitar acidentes fico maluco. Temos cada<<strong>br</strong> />
unidade individual de Stasis regulada <strong>com</strong> seu próprio dispositivo de perfuração. Temos<<strong>br</strong> />
que fazer isso, já que cada unidade tem um ponto próprio e precisa ser colapsada<<strong>br</strong> />
separadamente.<<strong>br</strong> />
A questão, no entanto, é que cada dispositivo de perfuração só é ativa<strong>do</strong> no último<<strong>br</strong> />
minuto. É por isso que a atividade só é possível <strong>com</strong> o puxão de uma corda cuida<strong>do</strong>samente<<strong>br</strong> />
colocada <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora <strong>do</strong> Stasis. O puxão é um pesa<strong>do</strong> movimento mecânico,<<strong>br</strong> />
que requer um grande esforço, nada que possa acontecer casualmente.<<strong>br</strong> />
- Mas isso não... muda a História, tirar e recolocar alguma coisa <strong>do</strong> seu tempo natural?<<strong>br</strong> />
Hoskins deu de om<strong>br</strong>os.<<strong>br</strong> />
- Teoricamente, sim. Na prática, a não ser em casos raros, não. Nós transportamos<<strong>br</strong> />
objetos fora da Stasis to<strong>do</strong> o tempo. Moléculas de ar. Bactérias. Poeira. Cerca de dez<<strong>br</strong> />
por cento de nosso consumo de energia é para suprir essas micro-perdas da natureza.<<strong>br</strong> />
Mas mesmo o transporte de objetos acarreta mudanças que são danosas. Pegue<<strong>br</strong> />
o exemplo da calcopirita <strong>do</strong> Pliocene. Por causa de sua ausência durante duas semanas,<<strong>br</strong> />
algum inseto não encontrou o a<strong>br</strong>igo que poderia estar precisan<strong>do</strong>, e por isso<<strong>br</strong> />
morreu. Isso poderia iniciar uma grande série de mudanças, mas a matemática de<<strong>br</strong> />
Stasis calcula que isto é uma série convergente. A quantidade de mudanças diminui<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong> o tempo e as coisas voltam a ser <strong>com</strong>o antes.<<strong>br</strong> />
- Isso quer dizer que a realidade se cura a si mesma?<<strong>br</strong> />
- De uma certa maneira, sim. Tire um humano de seu tempo, depois mande-o de<<strong>br</strong> />
volta, e você estará a<strong>br</strong>in<strong>do</strong> uma grande ferida. Se for um indivíduo qualquer, essa<<strong>br</strong> />
ferida se cura sozinha. É claro que há muita gente nos escreven<strong>do</strong> diariamente, pedin<strong>do</strong><<strong>br</strong> />
para trazermos A<strong>br</strong>aham Lincoln para o presente, ou Maomé, ou Lênin. Isso<<strong>br</strong> />
não pode ser feito, é claro. Mesmo que nós os localizássemos, a mudança na realidade,<<strong>br</strong> />
ao se transportar alguém que modela a História, seria grande demais para cicatrizar.<<strong>br</strong> />
Há maneiras de se calcular quan<strong>do</strong> uma mudança pode ser muito grande, e nós<<strong>br</strong> />
evitamos até mesmo nos aproximar desse limite.<<strong>br</strong> />
- Quer dizer que Timmie...<<strong>br</strong> />
- Não, ele não representa nenhum problema quanto a isso. A realidade está segura.<<strong>br</strong> />
Mas... - Ele deu uma olhada rápida e perspicaz para ela e continuou: - Mas deixe<<strong>br</strong> />
isso para lá. Ontem você disse que Timmie precisava de <strong>com</strong>panhia.<<strong>br</strong> />
- Sim. - A Srta. Fellowes sorriu delicada. - Pensei que você não tivesse leva<strong>do</strong> isso<<strong>br</strong> />
a sério.