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isaac asimov nove amanhãs contos do futuro ... - Mkmouse.com.br

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Ao sair da sala, a Srta. Fellowes virou-se de costas e observou por um momento a<<strong>br</strong> />

porta fechada <strong>do</strong> Dr. Hoskins. O que era a Stasis? Esse grande galpão construí<strong>do</strong> -<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> seus emprega<strong>do</strong>s de crachá, corre<strong>do</strong>res improvisa<strong>do</strong>s, e uma inconfundível aparência<<strong>br</strong> />

de empresa de engenharia, o que isso tu<strong>do</strong> tinha a ver <strong>com</strong> crianças?<<strong>br</strong> />

Ela se perguntou se devia voltar à noite ou ir embora e dar uma lição naquele homem<<strong>br</strong> />

arrogante. Mas desde então já sabia que estaria de volta, mesmo que fosse<<strong>br</strong> />

apenas para evitar um sentimento de frustração. Tinha que desco<strong>br</strong>ir a respeito das<<strong>br</strong> />

crianças.<<strong>br</strong> />

Ela voltou às 19:30 e não precisou anunciar a sua entrada. To<strong>do</strong>s pareciam saber<<strong>br</strong> />

quem ela era e qual a sua função. Enquanto entrava, tinha um pressentimento funesto.<<strong>br</strong> />

O Dr. Hoskins estava lá, mas olhou-a <strong>com</strong> indiferença.<<strong>br</strong> />

- Srta. Fellowes - murmurou.<<strong>br</strong> />

Não se deu nem o trabalho de lhe oferecer uma cadeira, mas ela puxou uma e,<<strong>br</strong> />

calmamente, levou-a para perto <strong>do</strong> parapeito, onde se a<strong>com</strong>o<strong>do</strong>u.<<strong>br</strong> />

Eles estavam num balcão, olhan<strong>do</strong> para um grande buraco lá embaixo, cheio de<<strong>br</strong> />

aparelhos, parecen<strong>do</strong> uma mistura de painel de controle de uma nave <strong>com</strong> um grande<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>puta<strong>do</strong>r.<<strong>br</strong> />

Num la<strong>do</strong>, estavam as divisões que pareciam reproduzir um apartamento sem teto,<<strong>br</strong> />

uma gigantesca casa de bonecas vista de cima.<<strong>br</strong> />

Ela podia ver um fogão eletrônico e uma geladeira numa das salas e, ao la<strong>do</strong>, um<<strong>br</strong> />

banheiro. Certamente o objeto que vislum<strong>br</strong>ou numa terceira sala só podia ser parte<<strong>br</strong> />

de uma cama, uma pequena cama.<<strong>br</strong> />

Hoskins estava falan<strong>do</strong> <strong>com</strong> um outro homem, que, juntamente <strong>com</strong> a Srta. Fellowes,<<strong>br</strong> />

eram os únicos ocupantes <strong>do</strong> balcão. Hoskins não fez nenhuma menção de<<strong>br</strong> />

apresentá-os.<<strong>br</strong> />

A Srta. Fellowes deu uma olhadela pelo canto <strong>do</strong> olho. Ele era magro e, para uma<<strong>br</strong> />

pessoa de meia-idade, era de boa aparência. Tinha um pequeno bigode e olhos perspicazes,<<strong>br</strong> />

que pareciam observar tu<strong>do</strong> ao seu re<strong>do</strong>r.<<strong>br</strong> />

Ele estava dizen<strong>do</strong>:<<strong>br</strong> />

- Não Vou nem fingir que enten<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que está acontecen<strong>do</strong> aqui, Dr. Hoskins.<<strong>br</strong> />

Quero dizer, não enten<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que está ao alcance de um leigo razoavelmente inteligente.<<strong>br</strong> />

Ainda assim, a parte que menos enten<strong>do</strong> é a que se refere à seletividade.<<strong>br</strong> />

O senhor não pode alcançar além de uma certa distância; isso parece óbvio: quanto<<strong>br</strong> />

mais longe se vai, mais imprecisos são os resulta<strong>do</strong>s, e é necessário empregar mais<<strong>br</strong> />

energia. Mas por outro la<strong>do</strong> o Sr. também não pode alcançar aquém de um certo limite.<<strong>br</strong> />

Isso me parece contraditório.<<strong>br</strong> />

- Posso tornar as coisas mais simples, Deveney, se você me permitir usar uma analogia.<<strong>br</strong> />

( Ao ouvir aquele nome, a Srta. Fellowes reconheceu imediatamente o homem<<strong>br</strong> />

e não pôde deixar de sentir-se impressionada. Aquele era sem dúvida Candide Deveney,<<strong>br</strong> />

o editor de ciência <strong>do</strong> Telenotícias, sempre presente às grandes descobertas científicas.<<strong>br</strong> />

Ela lem<strong>br</strong>ou-se de ter visto aquele rosto na tela, quan<strong>do</strong> foi noticia<strong>do</strong> o desembarque<<strong>br</strong> />

<strong>do</strong> homem em Marte. Era evidente que o Dr. Hoskins estava fazen<strong>do</strong> algo<<strong>br</strong> />

importante ali.)<<strong>br</strong> />

- Por favor - disse Deveney. - Dê um exemplo concreto, se acha que isso pode ajudar.<<strong>br</strong> />

- Você não pode ler um livro <strong>com</strong>um se ele estiver a três metros de distância, mas<<strong>br</strong> />

pode lê-o se o colocar a meio metro <strong>do</strong>s olhos. Portanto, quanto mais perto melhor.<<strong>br</strong> />

Mas se você o trouxer a uma polegada <strong>do</strong>s olhos, já não pode ler novamente. Estar<<strong>br</strong> />

perto demais também pode atrapalhar.

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